terça-feira, 7 de janeiro de 2014
QUANDO CHEGAR A HORA
"(...) Que candidato vai fazer a loucura de dizer que vai fechar o Bolsa Família? Ou outros programas sociais?
Que candidato terá a temeridade de dizer que vai cortar o Pro-Uni (a não ser na extrema esquerda) e a política de cotas?
Que candidato vai confessar que vai esvaziar o Mercosul e voltar à velha política de privilegiar “os países que importam”, quer dizer, a velha política de subserviência aos Estados Unidos e à Europa?
E que candidato vai ter a coragem de dizer que, na verdade, vai acabar com essa parolagem de meio ambiente e vai favorecer a expansão desregrada do agrobusiness no Cerrado, na Amazônia legal e ilegal? Mesmo com apoio do Greenpeace e do SOS Mata Atlântica antes da eleição.
Que candidato vai declarar que a política de juros altos e de desindustrialização através da “abertura” será o norte desta nova dependência em relação aos fortes Nortes da geopolítica?
Que candidato dirá que vai retomar uma política de dependência também no campo da defesa militar, seja na Amazônia, no espaço aéreo ou na plataforma marítima (leia-se pré-sal).
Que candidato dirá que vai rifar os ganhos do pré-sal entre multinacionais e outros barões da indústria fóssil, em vez de destiná-los prioritariamente à educação e ao investimento tecnológico?
Ou que vai diminuir ainda mais as verbas da saúde pública em favor das indústrias privadas do setor? Ou que vai tocar do país os médicos cubanos e outros que vieram auxiliar as regiões desassistidas? Ou que voltarão a criminalizar os movimentos sociais, especialmente o MST?
E por aí vai. Mas podem crer: confessem ou não os candidatos e os arautos da velha mídia, é tudo isto que nos espera e muito mais caso as oposições de hoje ganhem a eleição em outubro. Porque as oposições hoje no Brasil têm sobretudo uma visão anacrônica, provinciana e paroquial do mundo que as cerca, incapazes de ver, por exemplo, que mesmo dentro do sistema capitalista a melhor tendência dominante é a da formação de blocos regionais, da Europa desenvolvida à África subdesenvolvida. E por aí também vai.
Mas como tudo isto é inconfessável, só resta a bola, quer dizer, a bala de prata da Copa e (...) contra a Copa. Deste modo, o jogo opositor contra a Copa torna-se um jogo anti-Brasil, dentro e fora das quatro linhas. (...)"
(Flávio Aguiar, no post 'Copa do Mundo incomoda muita gente...', blog Rede Brasil Atual, aqui.
A Copa incomoda, e há torcida organizada pelo seu fracasso, o que é relatado - aqui - por Paulo Moreira Leite. Mas, a despeito de tudo, a Copa vai ser um sucesso retumbante).
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