sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

AP 470: A VEZ DO INQ 2474

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O STF vai abrir o mais bem guardado segredo de Joaquim Barbosa

Por Luis Nassif

Entre hoje e amanhã, o presidente interino do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski tornará público o Inquérito 2474, o chamado “gavetão”, o mais bem guardado segredo do Ministro Joaquim Barbosa.

O “gavetão” é a peça originária do Inquérito 2245, que resultou no “mensalão”. Na ocasião, o relator Joaquim Barbosa cindiu o inquérito 2245 e as partes não aproveitadas se transformaram no inquérito 2474, aberto em março de 2007, que ele manteve sob segredo de Justiça.

Apesar de garantir que não haveria mais “gavetas” no STF, Joaquim Barbosa recusou-se a divulgar o conteúdo do inquérito.

Em 2011 deferiu pedido formulado pela defesa de Daniel Dantas, abrindo apenas a ele o inquérito (http://tinyurl.com/kgnobew). Mas negou a dois condenados do “mensalão” alegando que não teria nenhuma relação com a AP 470. No entanto, soube-se que laudos da Polícia Federal, que atestariam a participação de Daniel Dantas no financiamento de Marcos Valério, foram encaminhados para o Inquérito 2474, e não para o 2245. Assim como laudos que atestavam a aplicação dos recursos da Visanet em campanhas promocionais.

Ao dar publicidade ao Inquérito, Lewandowski permitirá que não apenas Dantas, mas todos os interessados possam conhecer seu conteúdo.

As dúvidas sobre a 2474

Há suspeita de que, ao excluir as contribuições de Dantas, atestadas por laudos da Polícia Federal,  a PGR teria encontrado dificuldades em justificar o montante movimentado por Valério. Daí a razão de ter tratado como desvio os R$ 73 milhões da Visanet, ignorando laudos técnicos que atestavam a aplicação dos recursos em campanhas.

O PGR Antônio Fernando de Souza se fixou em um parágrafo do relatório de auditoria inicial do Banco do Brasil:
“A inexistência, no âmbito do Banco do Brasil, de formalização de instrumento, ajuste ou equivalente para disciplinar as destinações dadas aos recursos adiantados às agências de publicidade dificulta a obtenção de convicção de que tais recursos tenham sido utilizados exclusivamente na execução de ações de incentivo ao abrigo do Fundo”.

O relatório não  nega a aplicação  dos recursos. Apenas – dada a fragilidade dos relatórios – informava não  ser possível assegurar que “foram utilizados exclusivamente nas ações  de incentivo ao abrigo do fundo”.

O PGR Souza ignorou o “exclusivamente” e entendeu que o relatório atestava que a totalidade das verbas publicitárias da Visanet havia sido desviada. Posteriormente, aposentou-se e passou a trabalhar em um escritório de advocacia agraciado com um contrato gigante com a Brasil Telecom.

A divulgação do 2474 poderá ser de boa valia para Barbosa esvaziar boatos de que seu filho teria sido contratado por uma das empresas beneficiadas com recursos da Visanet, e cujo caso foi transferido para o “gavetão”. Ou de que o Banco Rural teria feito com a TV Globo operações semelhantes às que fechou com o PT. (Fonte: aqui).

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A divulgação do Inquérito 2474, sem dúvida, será de boa valia para todos os que exigem Justiça. O tétrico 'Gavetão' faz lembrar os abomináveis 'porões da ditadura' e 'entulhos autoritários'. Além de Geraldo Brindeiro, ex-PGR notoriamente consagrado com o epíteto de 'engavetador geral da República'.
AQUI, a primeira parte do Inquérito 2474. 
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Em tempo:
Ontem mesmo o presidente em exercício do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski assinou a autorização para oito pessoas terem acesso aos autos do inquérito , o chamado "gavetão".
O Ministro tomou por base a súmula vinculante 14, que reza: "É DIREITO DO DEFENSOR, NO INTERESSE DO REPRESENTADO, TER ACESSO AMPLO AOS ELEMENTOS DE PROVA QUE, JÁ DOCUMENTADOS EM PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO REALIZADO POR ÓRGÃO COM COMPETÊNCIA DE POLÍCIA JUDICIÁRIA, DIGAM RESPEITO AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA".
Foram autorizados a ter acesso aos autos as seguintes pessoas:
Luiz Carlos Garcia Coelho. Ligado a Renan Calheiros e denunciado por um ex-genro. (http://migre.me/hzfQZ)
Bruno de Miranda Ribeiro Brito, o genro.
Márcio Alaor de Araujo, executivo do BDMG.
Romero Teixeira Niquini, empresário mineiro envolvido em muitos problemas (http://migre.me/hzgaJ)
Lucas José Couto Fernandes.
Daniel Bonifácio
Daniel Valente Dantas
Henrique Pizzolato (Fonte: aqui).

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