quarta-feira, 20 de abril de 2022

SOBRE A ARTE DE ENVELHECER


"”Ninguém ensina a gente a envelhecer”

No livro ‘Brasil Idoso, uma reportagem em 21 capítulos’, a autora Thereza Cristina Pereira Jorge mostra o que é o envelhecimento ativo, fundamental para a presente geração de extensa longevidade e lembra a frase de Rita Lee.

Aos 62 anos, a carioca Thereza Cristina Pereira Jorge tinha um bom emprego. ”Estável, mas consumia 12 horas do meu dia”, diz ela. ”Fiz as contas e percebi que se não fosse naquele momento, quando meu chefe falou do meu atraso (na véspera havia sido o meu aniversário), nunca mais teria fôlego para me demitir”.

Thereza havia lido o livro A Segunda Vida das Mulheres, de Christiane Collange. E ele lhe deu uma ”esperança”. ”Tenho uma segunda-vida, mas..”.

A carioca de Copacabana, um dos bairros de grande cidade do país cuja demografia aponta para uma população de maioria esmagadora de idosos, se perguntou: o que será mais precioso para alguém que adota essa ideia e passa a querer fazer do seu segundo tempo algo especial?

”Tempo. Tempo. Tempo. Doida, sei que sou. (É nesta hora que um pouco de loucura nos joga de novo na vida.)”

Pedro Ivo, filho de Thereza, na época, CEO de uma agência de mídias sociais, entusiasmou a mãe a criar o projeto de um blog com o tema Envelhecimento Ativo. Dois meses depois, nascia a Viva com Beleza. ”Comecei o site para divulgar o conceito da Organização Mundial da Saúde – Envelhecimento Ativo – que tanto atraía meu interesse”.

No site ela adotou uma pauta com diversas seções e conta com o suporte de especialistas de todos os estados. Dois deles estão também presentes no livro que está sendo lançado agora.

O professor Renato Peixoto Veras, diretor-geral da UnATI /Uerj e o médico epidemiologista Alexandre Karachi, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil.

Neste livro-reportagem intitulado Brasil Idoso, uma reportagem em 21 capítulos, ela lembra, é claro, de Simone de Beauvoir. Segundo a autora, ”tenho o mesmo objetivo dela: romper a conspiração do silêncio. Esconde-se o processo de envelhecer, ainda hoje, num véu de silêncio, desconhecimento e preconceito. Então, este trabalho funcionou como o meu guia de estudos; é uma extensa reportagem’’ (em revisão).

A curiosidade despertada pelo seu próprio envelhecimento, e reforçada por uma queixa da cantora Rita Lee numa entrevista – ”ninguém ensina a gente a envelhecer” – também contribuíram para ela avançar no trabalho.

”Ano passado, quando terminei o curso Das Políticas às Ações: Direito da pessoa idosa no Brasil, fiquei ainda mais estimulada. Aprendi muito sobre o processo de envelhecimento no país, as dimensões desse fenômeno, e o contexto do Brasil Idoso no mundo”.

Os 21 capítulos tratam dos seguintes temas: O Brasil não se preparou para envelhecer; Construção da Longevidade; Envelhecimento Feminino?; Envelhecimento, Etnia e Raça; A Velocidade do Envelhecimento; Demografia do Envelhecimento da População Brasileira; A Transição Demográfica; OMS amplia o conceito de Envelhecimento Ativo; Olhares Multidisciplinares; Biologia; Dimensão Social; Sustentabilidade; Ação Internacional; Política do Idoso no Brasil; Estatuto do Idoso; Tendências Mundiais e Estilo de Vida.

Em seguida, Diversidade e Envelhecimento; Cidades e Envelhecimento; Violência, o problema mais grave; Envelhecimento e Sociedade; Órgãos que tratam de promover e assegurar os Direitos da Pessoa Idosa, e Verbetes.



(De Léa Maria Aarão Reis, crítica intitulada "Ninguém Ensina a Envelhecer", publicada originalmente no site Carta Maior e reproduzida no Blog de Thereza Christina Pereira Jorge - Aqui -. O Carta Maior lamentavelmente acaba de sair de circulação - mas um grupo de entusiastas pode fazer retornar.

Em Tempo: livro e texto anteriores - setembro 2019 - à famigerada pandemia de Covid que infelicitou mais ainda o mundo. E o que isso tem a ver? Tudo).

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