sábado, 20 de julho de 2019

(QUASE TODAS) AS ÚLTIMAS DE ONTEM

Segue de vento em popa a geração diária de fatos e 'fatos' na conjuntura Brasil, processo que se acentuou após a primeira manifestação do presidente da República no sentido de nomear um de seus filhos como embaixador do Brasil nos EUA. Ao longo do dia de ontem, destacaram-se os fatos e 'fatos' abaixo, mas a lista está incompleta: faltou mencionar, por exemplo, a questão da fome (mais especificamente a sua ausência!!), e o item mais importante: o "alerta" contra os governadores do Nordeste, feito inadvertidamente (ou não) pelo primeiro mandatário, revelação que, se de um lado reflete flagrante perda de senso sobre o sentido do que seja Federação e significado do papel representado pelo Presidente de um País, por outro torna mais do nunca pertinente a expressão "Orgulho de Ser Nordestino". 
(GGN).
Xadrez rápido: Moro usa Globo para calar Veja e atinge Deltan 
Por Luis Nassif (No GGN)
Peça 1 - "denúncia" de Palocci contra cinco bancos

Saiu em O Globo de hoje, parte da delação de Antônio Palocci envolvendo cinco grandes bancos: Bradesco, Safra, BTG Pactual, Itaú Unibanco e Banco do Brasil. Teriam doado R$ 50 milhões ao PT em troca de favores. Com sua conhecida perspicácia, não apresentou nenhuma prova e incluiu até o Banco do Brasil na parada (aqui).

Peça 2 – os bancos credores da Abril

A Abril está em processo de recuperação judicial. A operação consistiu na Enforce, uma empresa especializada em recuperação de empresas falidas, adquirir a dívida da Abril em fevereiro passado – salvando o patrimônio dos herdeiros.
Depois, vai negociar com os bancos um abatimento no valor e um prazo de pagamento. O BTG Pactual ajudou adquirindo as dívidas e, com isso, oferecendo maiores garantias aos credores, já que é um banco sólido. Os maiores credores da Abril são o Bradesco, Itaú e Santander (aqui), além dos bancos públicos.
Logo, o tiro de Moro, através de O Globo, atingiu três bancos essenciais para a recuperação da Abril.
O modelo de criminalização é o mesmo da Lava Jato.
  • Tomam-se financiamentos de campanha ao PT. E ignora-se o financiamento para outros candidatos, porque aí poderia ser caracterizado como prática usual dos bancos, sem direcionamento.
  • Junta-se alguma medida que possa ter beneficiado os bancos, mesmo que não sejam de decisão direta do Executivo, e mesmo que sejam tecnicamente justificadas.
  • Pressiona-se um delator para declarar, mesmo sem provas, que o financiamento de campanha foi para pagar um favor. E pronto. Já tem à mão o Palocci Bom Bril, de mil e uma utilidades.

Peça 3 – a mudança na Veja

Imediatamente, a revista Veja voltou ao seu velho ofício de criadora de factoides, com uma matéria de capa denunciando a presença de uma organização terrorista – dessas que os personagens vestem roupa preta e capuz para dar entrevistas – ameaçando a vida da família Bolsonaro. A capa cai como uma luva na prévia do incêndio do Reichstag, que é a saída de todo ditador acuado.

Peça 4 – o frágil Dallagnol

E, aí, sobra para Deltan Dallagnol

Para a denúncia ter credibilidade, os procuradores da Lava Jato terão que explicar a razão de não terem aceitado a delação de Palocci. 

Na Carta Capital, há uma excelente reportagem de Andre Barrocal usando a mesma metodologia da Lava Jato, de ilações.

 (GGN).
  • Os bancos foram beneficiados, quando os procuradores não aceitaram a delação de Palocci.
  • Deltan fez palestras pagas não apenas para bancos, como para a própria Febraban.
E não ficou nisso. Barrocal lembra rumores que surgiram em determinado momento, de que os planos de saúde – Unimed na frente – seriam o próximo setor da economia alvo da Lava Jato, depois das empreiteiras.
Deltan não apenas proferiu várias palestras pagas à Unimed, como indicou a empresa para uma colega paulista faturar em cima de uma operação conduzida por ela.
Como ficará agora esse teatro da hipocrisia?

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