quarta-feira, 24 de julho de 2019

OS HACKERS TERÃO DE SER 'OS' HACKERS?


"Finalmente, alguém vai preso pelos vazamentos da lava Jato.
Claro que nenhum dos que, ao longo de anos, violaram o segredo de Justiça e distribuíram informações à imprensa e a advogados.
Apenas os que, supostamente, invadiram ou tentaram invadir os celulares de Moro e de dois relatores do braço fluminense da Lava Jato.
São os que produziram os quilométricos arquivos que estão sendo expostos pelo The Intercept e outros veículos de comunicação?
Não tem muita importância se são ou não, durante um bom período terão de ser e há métodos de fazer com que o confirmem, que vão do medo à notoriedade.
“Prova-se” assim, a primeira parte das explicações de Moro: foi um hacker, já até os prenderam.
Mas vão por água abaixo a segunda e a terceira partes da conversa fiada do ministro: a de que não havia o que periciar, pois o aplicativo teria sido deletado há muito tempo (desde 2017) e a de que os diálogos eram falsos, montados, adulterados.
E, se os diálogos não são falsos, não é possível que o conhecimento da verdade não provoque atitudes.
Aliás, um pergunta: se os hackers que têm de ser os hackers forem mesmo os hackers, não deixaram o produto de suas invasões copiados e armazenados onde possam ser alcançados?
Deve ter gente torcendo para estes serem hackers de “meia-tigela”.
PS. E aquela história do hacker russo, do tal “Pavão Misterioso”? Russo de Araraquara?"


(Do jornalista Fernando Brito, titular do blog Tijolaço, a propósito dos hackers que terão de ser 'os' hackers, texto publicado no referido blog - Aqui.
O problema de se administrar um argumento biômbico [neologismo; significa 'para fazer as vezes de biombo'] é que pode acontecer de o argumentador se ver compelido a mudar a trajetória da narrativa e se defrontar com obstáculos intransponíveis por ele mesmo criados.

Em tempo: Sugere-se a leitura da coluna desta data de Reinaldo Azevedo - Aqui -, que alerta no sentido de que os fatos surgidos logo após as primeiras revelações do The Intercept podem não passar de "conversa mole de quem está disposto a jogar no lixo o devido processo legal sob o pretexto de fazer justiça").

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