Com pompa e circunstância, anuncia-se que o 'critério' para estabelecimento do preço do botijão de gás será modificado: sai a cotação dos preços internacionais, entra não se sabe ainda o quê. Mas, a essas alturas, saber ou não saber o critério que vigorava e o que passará a vigorar é irrelevante: pretendia-se impor, ao longo de seis meses, uma elevação de 70% sobre o valor do gás de cozinha, e isso foi plenamente obtido. O que restava fazer? Nada, a não ser tentar faturar a opinião pública com o esperto anúncio do descarte do 'critério'.
Sob Temer, mais pobres passaram a usar lenha no lugar do gás de cozinha
Da Agência RBS
A "política de preços" do governo Temer obrigou os "mais pobres" a trocar o forno de cozinha por um improvisado a lenha, no fundo de quintal. É o que relata a Folha desta sexta (8) após visitar três famílias em Parelheiros, na periferia paulista.
Uma pesquisa Datafolha que foi às ruas estudar o impacto dos reajustes mostrou que mais de 80% da população que ganha menos de 2 salários mínimo se diz afetada pela política de Temer.
Segundo a reportagem, Germínia Pereira, de 54 anos, tem de colher galhos velhos no quintal de casa para cozinhar para as 10 pessoas que moram com ela num terreno invadido em uma área de mananciais. Quando o botijão de gás que custa R$ 72 acabou, ela não tinha mais recursos para comprar outro.
Sidney dos Santos, de 22 anos, usava uma estrutura parecida. Só estava cozinhando no forno convencional porque 3 amigos fizeram uma vaquinha para ele comprar o gás e preparar com mais facilidade a refeição de 2 filhos, que são sustentados pelo dinheiro que ele ganha como pedreiro - R$ 34 por dia.
A situação de Karen Faria, de 29 anos, que mora com o marido e 3 filhos, não é diferente. No barraco de madeira, ela precisou abandonar o fogão e passou a usar pedaços de madeira que colhe em um ferro-velho para cozinhar.
IMPACTO NO ORÇAMENTO
Segundo o Datafolha divulgado nesta sexta (8), 67% dos brasileiros com mais de 16 anos acham que o aumento do gás de cozinha compromete muito o orçamento familiar. A maioria absoluta (86%) avalia que o preço subiu muito nos últimos seis meses.
"A percepção do aumento do preço é maior entre as famílias mais pobres, para quem o combustível tem um peso maior no orçamento", apontou a Folha. - (AQUI).
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