sábado, 30 de dezembro de 2017

RETROSPECTIVA 2017, POR FÁBIO DE OLIVEIRA RIBEIRO

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Nota incidental: Uma referência ao advogado e doleiro Rodrigo Tacla Durán teria sido mais do que oportuna. De qualquer modo, fica a pairar no ar a pergunta: As gravíssimas revelações do senhor Tacla Durán merecerão a devida investigação em 2018? Espera-se que a resposta seja positiva.


Retrospectiva 2017

Por Fábio de Oliveira Ribeiro

O custo da energia (gasolina, gás, óleo diesel e energia elétrica) aumentou muito. A participação dos salários no PIB diminuiu. A taxa de desemprego segue elevada. A arrecadação tributária caiu de maneira consistente.
Lula foi previsivelmente condenado. Nenhum tucano graúdo foi preso. Os juízes continuaram ganhando acima do teto. A violência policial cresceu. A mortalidade infantil não declinou.
O petróleo se foi, mas nenhum surto de investimento estrangeiro ocorreu. Os juros bancários continuam estratosféricos. A credibilidade do usurpador desapareceu. O otimismo do povo declinou.
A rentabilidade das “pequenas igrejas & grandes negócios” desabou. O Corinthians foi campeão brasileiro. Quem podia foi embora do Brasil, quem ficou não tem para onde ir e corre o risco de ser despejado de onde mora porque não pagou o aluguel.
O Planeta Terra não ficou plano, a Lua não despencou do céu e nós, pobres mortais, continuamos a ser o que sempre fomos: descendentes de primatas que inventam deuses porque não suportam a solidão. Infelizmente o mundo não acabou.
Em 2017, salvo raras exceções, os brasileiros ficaram mais pobres e menos confiantes. O sucesso político do golpe congelou as mentes dos direitistas, o fracasso econômico das medidas neoliberais não foi capaz de acelerar os corações dos esquerdistas. As reações mais enérgicas ao estado desesperador em que fomos colocados partiram do centro do espectro político (refiro-me aqui aos senadores Roberto Requião e à senadora Katia Abreu).
O Ministro do Trabalho perdeu o emprego. O Ministro da Justiça ainda não sofreu um pedido de prisão. O Ministro da Fazenda cuidou bem das economias pessoais dele. A Ministra da SEPPIR se igualou moralmente aos homens brancos que assaltaram o poder. A primeira dama saiu de cena porque o programa social que ela administra não merece qualquer visibilidade. Vivendo dentro da bolha discursiva que ele mesmo se encarrega de soprar, o usurpador fez de conta que está tudo bem no melhor dos mundos.
Gilmar Mendes soltou, soltou, soltou. Carmem Lúcia revogou o indulto para não soltar. Quando não perdiam tempo trocando ofensas no plenário do Tribunal, os outros Ministros do STF desperdiçaram nosso tempo falando bobagens na imprensa. Na extrema direita do Judiciário, Marcelo Bretas afirmou que aplica a Bíblia antes de aplicar a Lei e se equiparou aos pistoleiros ao posar para fotos com um fuzil. Na extrema esquerda daquele poder, o juiz Rubens Casara lançou um dos livros mais importantes publicados em toda a história do Brasil.
Quem morreu em 2017 foi um privilegiado. Quem sobreviveu ao ano que finda will be totally fucked, pois 2018 não será muito melhor.  -  (aqui).

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Em tempo: Sobre o novo livro de Rubens Casara, "Estado Pós-Democrático - Neo-Obscurantismo e Gestão dos Indesejáveis", clique aqui para ler uma resenha de autoria do mesmo autor do post acima.

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