sábado, 1 de novembro de 2014
VEJA, NÃO
"Prezado Sr. [diretor da instituição],
meu filho Luca é aluno de seu colégio desde o início do ano. Um bom aluno, como poderá facilmente verificar por suas notas (e esta informação é irrelevante para o tema deste email; queria apenas, como pai coruja, me gabar um pouquinho).
Escrevo para reclamar enfaticamente acerca da utilização da revista VEJA como instrumento pedagógico pelo colégio. Frequentemente, Luca tem que fazer estudos de notícias publicadas neste semanário, com o objetivo de compor redações acerca das matérias lidas. Para isso, os senhores selecionaram o Jornal Nacional e a revista VEJA.
Ora, como deve certamente saber, a VEJA há MUITO deixou de ser uma revista jornalística e se tornou panfleto político. E quem diz isso não sou eu, mas o próprio TSE, que a condenou a retratar-se há alguns dias por publicar matéria que foi considerada pelo maior órgão de justiça eleitoral do país como sendo "propaganda partidária". Eu poderia até me deter no fato de que o próprio JN repercutiu a matéria de maneira irresponsável - e também foi amplamente criticado por isso -, mas prefiro me deter na VEJA por julgar que uma batalha deve ser empreendida por vez.
Observe que não entro, aqui, nos méritos ideológicos da revista (da qual discordo, obviamente), mas apenas em seus aspectos jornalísticos, que inexistem. Para piorar, trata-se de uma publicação comprovadamente ligada a um bandido, Carlinhos Cachoeira, que a alimentava com pautas pré-determinadas. Assim sendo, sinto-me pessoalmente ofendido ao ver o colégio que educa meu filho não só financiando esta revista como ratificando-a como órgão de imprensa.
Como pai, não posso permitir que Luca continue a usá-la como referência para trabalhos escolares. E gostaria de um posicionamento da escola acerca da questão.
Grato desde já."
(E-mail enviado por Pablo Villaça ao colégio onde estuda seu filho Luca, conforme post publicado no Jornal GGN, intitulado "Veja não é material pedagógico" - aqui.
E pensar no que já foi um dia a Veja...
Lembro nitidamente de quando, pivete, em 1968, folheei a Veja nº 1).
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