domingo, 2 de novembro de 2014
SETOR PÚBLICO: GARGALOS A DESFAZER
A dura tarefa de Dilma 2 para pacificar a área pública
Por Luis Nassif
O segundo governo Dilma Rousseff terá o desafio de não apenas unir o país, como a administração pública.
O estilo centralizador de Dilma 1 não envenenou apenas as relações com a sociedade civil, movimentos sociais e empresariais, mas também com a máquina pública. E terá que ser enfrentado por Dilma 2.
A partir de 2003 houve um intenso processo de reaparelhamento da máquina pública, com a volta dos concursos e a criação de novos quadros técnicos, à altura do desafio de gerenciar um país mais robusto e complexo.
Renovaram-se os quadros do Itamarati, criou-se a Controladoria Geral da República (CGU), melhorou a estrutura do Planejamento, do Desenvolvimento Social e dos demais Ministérios.
Simultaneamente, criaram-se diversas secretarias sociais – com status de Ministério ou abrigadas em Ministérios já existentes – que trouxeram o arejamento dos movimentos afirmativos para o centro do governo e do orçamento.
Manteve-se o pecado do enfraquecimento das agências reguladoras.
Paralelamente, houve inúmeros desafios novos, de novas políticas, novas práticas sendo ousadas, estimulando a jovem vitalidade dos novos quadros.
Esse movimento foi interrompido pela centralização excessiva do primeiro governo Dilma, em função da falta de experiência política da presidente.
Hoje em dia, o setor público é um mar de lamentações e desânimo. O Ministério da Justiça de José Eduardo Cardozo transformou a outrora orgulhosa Polícia Federal em uma organização cindida, magoada até os tampos. A belíssima estrutura da Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência) foi enfraquecida pela apatia de Cardozo.
Mas os problemas não se limitam à Justiça. Há uma revolta surda e generalizada em praticamente todas as áreas públicas, nos quadros técnicos do Tesouro e da Fazenda, na CGU, Itamarati, na área social.
Dilma 2 terá um enorme desafio de recuperar o apoio dos quadros técnicos do governo. E poderá matar dois coelhos com uma só cajadada: proponha grandes desafios e conceda autonomia para esses quadros pensarem, proporem e participarem da elaboração das políticas públicas. (Fonte: aqui).
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Que se repita o observado no governo Lula, quando o segundo mandato superou folgadamente o primeiro.
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