terça-feira, 18 de março de 2014

HOJE, JAYME LEÃO FARIA 69 ANOS

              Capas de exemplares do semanário Movimento, anos 70, por Jayme Leão.

A propósito da morte de Jayme Leão (10 de março), o ilustrador Gilberto Maringoni escreveu:

Meus amigos, que tristeza...

Perdemos Jayme Leão.

Jayme Leão, o grande artista gráfico, ilustrador, pintor, quadrinhista, caricaturista, chargista e muitos tecéteras que marcou a imprensa brasileira por décadas.

Jayme deu caras e bocas a inúmeras publicações, a partir do final dos anos 1960. E deu corpo a memoráveis jornais alternativos.

Tinha um traço exato e uma versatilidade espantosa.

Talvez isso venha do batismo.

Jayme é, provavelmente, o nome ocidental com maior número de variantes.

Temos Jayme, Jaime, James, Jacó, Jacob, Diogo, Iago, Tiago, Santiago...

Não bastasse um Jayme ser muitos, ainda era Leão.

Um exército de um pernambucano só, chegado quase menino a São Paulo.

Jayme poderia ter sido publicitário, ou desenhista "do mercado" internacional e feito fortuna.

Mas não.

Achava isso “babaquice”.

Quando o conheci, em 1978 na redação do Movimento, na Virgílio de Carvalho Pinto, em Pinheiros, estranhei.

A sofisticação ficava no trabalho. Pessoalmente era de uma simplicidade atroz.

Reencontrei-o no Hora do Povo, na Retrato do Brasil, na Reportagem e em andanças pela cidade.

Dessas publicações, cobrava quase nada e às vezes nada mesmo.

Há uns dez anos, conversamos em Pinheiros. Ele havia aberto um bar.

Depois não mais o vi...

Jayme foi mais uma vítima da vergonhosa situação de nossa imprensa.

Para alguns editores de arte, ele estaria "superado".

Ouvi de um deles, certa vez, que Jayme "ficou muito marcado com esse negócio de ditadura".

Patifaria grossa.

"Esse negócio de ditadura" era a monstruosidade nacional contra a qual nosso amigo se bateu por boa parte da vida.

Jayme Leão faria 69 anos no próximo 18 de março.

Não acredito em outra vida e coisas afins. Não cola.

Jayme fica em seus trabalhos e nos amigos que aqui seguem.

Mas é uma tristeza imensa, gente...
  (Fonte: aqui).

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