terça-feira, 25 de março de 2014

SOBRE O RISCO BRASIL


A agência de risco Standard & Poor's rebaixou a nota do Brasil de BBB para BBB-, o que a Fazenda rebate - aqui -: a medida é "inconsistente com as condições da economia brasileira" e "contraditória com a solidez e os fundamentos do Brasil".

À vista dos motivos apontados pela agência, a Fazenda contrapõe:

a) no período da crise internacional iniciada em 2008, o Brasil cresceu 17,8%, uma das maiores taxas acumuladas de crescimento entre os países do G20, sendo que no ano passado, o País cresceu 2,3%, desempenho superior ao da maioria dos países desse grupo;

b) com a poupança de 1,9% do PIB em 2013 (a qual se repetirá em 2014) para pagamento dos juros da divida pública, o governo conseguiu reduzir o endividamento público, tanto bruto (de 58,8% do PIB para 57,2% do PIB) como líquido (35,3% do PIB para 33,8% do PIB);

c) Investimento Estrangeiro Direto no País (IED): o Brasil tem estado entre os 5 maiores receptores mundiais de IED; no período de 12 meses - até fev/2014 -, o montante recebido alcançou US$ 65,8 bilhões em tal rubrica;

d) o Brasil possui o quinto maior volume de reservas internacionais do G20, o que corresponde a dez vezes a sua dívida externa de curto prazo.

Seria interessante o debate público entre representante de avaliado X porta-voz de agência de risco (tudo pela democracia e transparência!), o que poderia acontecer por ocasião do anúncio da nota ou após conhecido o novo PIB/demais indicadores.

Fantástica, mesmo, teria sido a interpelação pública das agências de risco (as três mais importantes - ou mesmo uma delas) após o pico da crise financeira internacional de 2008. O que diriam elas para explicar as excelentes notas que até 2007 vinham gentilmente atribuindo aos grandes bancos e financeiras responsáveis pelas hipotecas podres e derivativos tresloucados que deram causa ao desastre mundial?

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