Casimiro Pedro. Do Jornal de Angola.
(Kosovo separou-se da Sérvia - um dos novos países originados da extinta Iugoslávia, nos Bálcãs -, e isso, à época, foi considerado legal por EUA e OTAN).
Crimeia decide se juntar à Rússia
Do Opera Mundi
Com mais de 75% dos votos apurados, 95,7% dos participantes do referendo deste
domingo (16/03) que iria definir se a Crimeia, atual república autônoma na
Ucrânia, se juntaria à Rússia disseram sim à proposta, de acordo com dados
oficiais divulgados nesta noite. O Parlamento da região já anunciou que vai
pedir nesta segunda (17/03), formalmente, a integração à Federação
Russa.
De acordo com as autoridades da península, o
comparecimento foi de 82,7% dos votantes. Entre os que votaram, 3,5% escolheram
permanecer na Ucrânia e 1% anulou a cédula. Desde a divulgação da boca de urna,
que mostrava 93% de aprovação à proposta, manifestantes se reuniam na cidade de
Simferopol para comemorar o
resultado.
Reconhecimento
Estados Unidos, União
Europeia e boa parte da comunidade internacional afirmavam, desde antes do
início da votação, que não reconheceriam os resultados do referendo separatista
na Crimeia e que defendiam a integridade territorial da Ucrânia. Por outro lado,
no sábado (15/03), a Rússia já havia
vetado uma resolução do Conselho de Segurança da ONU pedindo que a votação
fosse condenada.
O
Reino Unido, por exemplo, classificou a consulta como “zombaria à
democracia”, alegando que a votação ocorreu em prazo muito exíguo e sob
coerção de militares russos. O ministro das Relações Exteriores alemão,
Frank-Walter Steinmeier, reiterou neste domingo que a União Europeia dará uma
“clara resposta” à Rússia e chamou a situação de “altamente perigosa”.
De
acordo com uma reportagem da revista alemã Der Spiegel no sábado, o G8 estuda
expulsar a Rússia do grupo por conta da intervenção do país na Ucrânia. Os
outros sete membros – EUA, Alemanha, Japão, França, Canadá, Reino Unido e Itália
– já teriam concordado com a ideia.
Em conversa telefônica com o
presidente dos EUA, Barack Obama, o chefe de Estado russo, Vladimir Putin,
insistiu na legalidade do referendo. "Foram discutidos diferentes aspectos da
situação de crise na Ucrânia. Putin chamou a atenção para a incapacidade das
atuais autoridades de Kiev para acabar com os desmandos dos grupos
ultranacionalistas e radicais que estão desestabilizando a situação e
aterrorizando cidadãos pacíficos", afirmou comunicado divulgado pelo Kremlin na
noite deste domingo.
Justificativa
Os russos
justificam o apoio ao referendo (e o envio de tropas à península) citando a
derrubada do presidente da Ucrânia Vitkor Yanukovich - que, segundo Moscou, foi
"inconstitucional e realizado por radicais em Kiev". Como a população da Crimeia
é composta por 60% de russos étnicos, a Rússia diz que "circunstâncias
especiais" autorizavam a consulta. O país tem uma base militar estratégica em
Simferopol, onde fica estacionada a frota marinha do mar Negro.
A
população da Crimeia é composta por 60% de russos étnicos. A região fazia parte
da Rússia até 1954, quando foi transferida pelo governo da então União Soviética
(URSS) para a Ucrânia. Com a dissolução da URSS, no começo da década de 90, a
península Crimeia ganhou status de república autônoma – porém, ainda vinculada
aos ucranianos. (Fonte: aqui).
segunda-feira, 17 de março de 2014
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