sexta-feira, 14 de março de 2014

OS GANHOS DE QUEM INVESTE NO BRASIL


Será que a gente não sabe fazer sanduíche?

Por Fernando Brito

Uma notícia, no UOL, chama atenção.

Quer dizer que os negócios, no Brasil, não dão certo por conta da pesada carga tributária, pela burocracia, porque não há mercado, porque falta tecnologia, e blá, blá, blá…

Então como é que um negócio como refeições fast-food, com baixo nível de sofisticação técnica e alavancado em investimentos de terceiros, como todo os negócios de franquia, se dá tão bem aqui?

O Brasil respondeu por por 45,7% a receita da rede McDonald´s na América Latina, mesmo detendo 33% da população de região.

A receita cresceu para US$ 1,82 bilhão aqui, 6,9% acima da inflação e 2,5% a mais em dólares, mesmo com a forte desvalorização cambial.

Com uma boa ajuda, claro, dos preços elevadíssimos que cobra aqui e da ditadura publicitária que faz, com seu peso de gigante.

Mas a verdade é que vende, e vende muito.

O crescimento do poder de consumo do brasileiro leva a isso, mas tem muito empresário nacional que não acredita nisso.

Redes como Cacau Show e Spoletto se tornaram gigantes porque passaram a investir, de forma organizada, em alimentação.

Quem não teve a ‘mente mainard’ e acreditou em investimentos no Brasil se deu bem.

Nos anos 90, os grandes empresários brasileiros que remanesciam saíram vendendo suas empresas, pressionados pelos seus herdeiros e gerentes yuppies (...).

Tornou-se moda empresário e executivo reclamar todo o tempo do Brasil, choramingar e fazer coro com as previsões catastróficas.

Parecem, alguns deles, incomodados de o povão ter entrado no mundo do consumo, como se o dinheiro dos pobres não estivesse lhes dando lucros e mais lucros.

Acham normalíssimo o Itaú se entupir de dinheiro aqui dentro e ir lá a Genebra dizer que o Brasil vai mal.

O McDonald’s, gringo e semi-escravocrata até a medula do hamburger, não vacilou: aumentou em 110% sua rede, com mais 81 lojas. E isso mesmo tendo de acertar um termo de ajuste de conduta com o Ministério Público do Trabalho, para reduzir os abusos com o horário de seus trabalhadores.

Parece que, para as nossas elites empresariais, “é feio” acreditar no Brasil. (Fonte: aqui).

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