terça-feira, 15 de outubro de 2013
A FORÇA DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS
Profissionais do Mais Médicos serão atores de peso em eleições
Por Eduardo Scolese
Qual será o impacto eleitoral do programa federal Mais Médicos nas próximas eleições? Na disputa presidencial do ano que vem, ainda uma incógnita. Já nos pleitos municipais de 2016, um ingrediente certo, com alguns desses médicos bolsistas como atores políticos de peso.
Na corrida ao Planalto, o programa de Dilma que começa a levar médicos às periferias da capitais e aos municípios do interior tende a ter um efeito indireto, como o do Luz para Todos, e não direto, como no Bolsa Família.
O efeito indireto é aquele focado na propaganda de rádio e TV e no convencimento dos não beneficiados, já que no Mais Médicos de Dilma e no Luz para Todos de Lula os atendidos representam pequena parcela do eleitorado.
O caso do Bolsa Família é diferente. O programa atende 50 milhões de brasileiros, significa o almoço e o jantar de homens, mulheres e crianças, e o cartão usado para sacar o benefício tem estampados: "Brasil, um país de todos" e "governo federal".
Com efeito incerto no pleito federal, nas eleições de 2016 esses médicos bolsistas, inclusive os estrangeiros, estarão no centro das batalhas municipais pelo interior.
Não existe parcialidade nas disputas nos grotões. Em tempo de eleição, a cidade costuma se dividir em dois campos, com perseguições e agressões de lado a lado. E os médicos estarão no meio desse fogo cruzado.
De um lado, o prefeito atrás da reeleição buscará o apoio desse profissional, com imenso poder de influência no tête-à-tête com pacientes.
Assim como já faz com outros programas federais, atribuirá a presença daquele único médico, o primeiro em anos a se fixar ali, à articulação política da prefeitura com o Ministério da Saúde e com deputados da região.
De outro lado, a oposição ao prefeito também buscará o apoio do médico local. Mesmo sem poder cumprir, o candidato oposicionista dirá ao bolsista do Mais Médicos e aos eleitores que usará sua influência com outros políticos do Estado e de Brasília para melhorar a estrutura dos postos de saúde e trazer novos médicos ao município.
Em meio a essas disputas que lembram os históricos Pires x Camargos (SP) e Montes x Feitosas (CE), esses médicos que chegam agora aos postos de saúde do interior podem ter um futuro parecido ao do cubano Josué Matos.
Ele chegou ao Brasil em 1997, num dos primeiros grupos de médicos de Cuba que trabalharam no país, atuou no interior de Roraima, se casou com uma brasileira e decidiu entrar na política. Hoje é prefeito de Mucajaí, cidade a 60 km da capital Boa Vista. (Fonte: aqui).
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Enquanto isso, "Entidades médicas prometem campanha contra Dilma em 2014" (AQUI).
As elites nacionais havia décadas se refestelavam com sua 'reserva de mercado', encasteladas em suas zonas de conforto, deixando periferias e municípios carentes ao Deus dará em matéria de assistência médica. De repente, vem o governo Dilma Rousseff e, num baita retrocesso, como diz a virtuosa Marina Silva, lança o tal de Programa Mais Médicos! Foi - está sendo - um verdadeiro flagelo. Que ousadia! Que desplante! Fizeram o possível e o impossível para impedir que a iniciativa prosperasse. Agora, depois de mais de 4.000 dos 5.570 municípios brasileiros haverem aderido ao Programa, resta-lhes opor as dificuldades que estiverem a seu alcance e, fundamentalmente, continuar torcendo contra - arte que 'azelites' exercitam magistralmente em se tratando de todo e qualquer programa social.
Que para cá venham mais milhares de médicos.
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