segunda-feira, 21 de outubro de 2013

LEILÃO DO PRÉ-SAL


CONSÓRCIO VENCEDOR DO CAMPO DE LIBRA

.Petrobras - Brasil .................. 40% (incluindo os 30% já previstos em lei)

.Shell - Inglaterra/Holanda .... 20%

.Total - França ....................... 20%

.CNPC - China ........................ 10%

.CNOOC - China ..................... 10%


.Volume estimado de óleo disponível no campo de Libra: entre 8 e 12 bilhões de barris.

.Produção diária de petróleo alcançável: 1,4 milhão de barris (correspondente a 70% da produção diária do Brasil).

.Renda obtenível em 30 anos: R$ 900 bilhões, dos quais R$ 300 bilhões em Royalties (75% para a educação, 75% para a saúde).

.Parcela do óleo produzido a ser oferecida à União (ônus assumido pelo consórcio vencedor): 41,65% (após excluídos custos de exploração e Royalties).

.Prazo da concessão: 4 anos, podendo ser renovado (ou não - eis o ponto que distingue a concessão da privatização, valendo notar que o Regime de Partilha, a que o Pré-sal está legalmente submetido, é ainda mais preservador do que a própria concessão).

.O que informa o jornal O Globo, edição de 19.10.2013: Estima-se que os investimentos no pré-sal para os próximos 30 anos movimentem US$ 1,7 trilhão (cerca de R$ 3,7 trilhões) no país — considerando efeitos diretos na cadeia produtiva de petróleo e gás, impactos indiretos em outros segmentos da economia e aqueles induzidos pelo aumento da renda dos trabalhadores. Para se ter uma ideia do que representa esse montante, o PIB (conjunto de bens e serviços produzidos) do país em 2012 atingiu R$ 4,4 trilhões. No mesmo horizonte de 30 anos, estima-se a criação de 87 milhões de empregos, também com impactos diretos, indiretos e efeitos da esperada alta de renda. Libra será fundamental nesse futuro.

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A seguir, interessante artigo publicado horas antes do leilão:



Como alertou o diário argentino Pagina 12, a manhã do dia decisivo para o pré-sal brasileiro está cheia de informações sobre o “fracasso” do modelo de partilha.

Na Folha, a Petrobras quer “abrir mão”, no futuro, de ter automaticamente 30% de qualquer área do pré-sal que venha a ser licitada, vejam só!

O argumento é de que fica pesado demais investir, como se o leilão de Libra não estivesse provando que, tendo petróleo como garantia, não faltam no mundo empresas de petróleo estatais, como as chineses, dispostas a financiar isso.

Não existe possibilidade de comercializar áreas de caríssima exploração, como as do pré-sal, sem certeza bastante razoável de sucesso exploratório e em grandes volumes.

Na mesma linha, vem o Valor, dizendo que, depois do leilão é “hora de rediscutir a relação”, claro que para desfazer as regras que protegem o Brasil.

A outra “graça” é a notícia da Reuters que diz que “a Petrobras terá de desembolsar no leilão desta segunda-feira pelo menos 4,5 bilhões de reais em bônus de assinatura por uma área que já lhe pertenceu”, porque um poço da parte devolvida do bloco BM-S-4, hoje contida na área de Libra, foi devolvida à ANP.

É o contrário: o Brasil é que deu sorte desta área ter sido devolvida.

Porque ela foi oferecida a preço de banana no primeiro leilão do Governo Fernando Henrique, em 1999. A turma do genro, com a assessoria do “especialista Adriano Pires” colocou o bloco à venda por R$ 250 mil, na ocasião. Era tão barato que a italiana Agip o arrematou por R$134 milhões, pagando um ágio de nada menos que 53.564%!

Posteriormente, o bloco foi passado à Shell, com participação minoritária da Petrobras. Quem furou o poço “1-SHELL-5-RJS, fechado e abandonado, (que) está dentro dos limites da área que será licitada pelo governo”, como diz a matéria e o nome já indica, foi a competente anglo-holandesa.

A Petrobras, quando teve a seu cargo perfurar por ali, foi mais fundo e achou o petróleo.

Se alguém pode estar chorando por isso são italianos, ingleses e holandeses, porque nas competentes avaliações da turma do genro, Libra poderia ter sido vendida pelo preço de um apartamento de três quartos, no Rio, à época.

Palmas também para O Globo, que alerta em manchete para o “risco em alto mar” do petróleo de Libra, porque não há um plano de contingência para os poços que sequer ainda foram definidos onde serão, e como se cada um deles não fosse exigir licença ambiental, quando solicitada a perfuração.

As raposas uivam de todo o jeito para desdenhar das uvas que perderam. (Fernando Brito, No Tijolaço).

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