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Intercept: lavajateiros admitem vazamentos para a imprensa
Em princípio, novidade não é. Afinal, antes mesmo da deflagração da Operação Lava Jato (março 2014) o próprio juiz de base fazia questão de mencionar a Operação Mãos Limpas e sua parceria com a imprensa, fundamental para o sucesso da empreitada - que resultou em Berlusconi - e sua 'boa imagem' junto à sociedade italiana. No Brasil, como se viu no passado e se observa presentemente, é plena a projeção (hoje proteção) midiática de que goza a Lava Jato, especialmente contra os mísseis lançados pelo Intercept Brasil. Como diria o outro, é tão afinada a parceria LJ / Mídia, que nem mesmo emissoras rivais radicais (tipo Globo / Record) levariam a público alguma denúncia contra a oponente, noticiada pelo Intercept, que de alguma forma expusesse a Grande, Virtuosa Operação Maior de Todos de Todos os Tempos Que Faria Jus a Uma Bolada de 2,5 Bilhões de Reais, Caso o Supremo não Tivesse Posto Fim à Farra.
Novo capítulo da Vaza Jato do Intercept (que, segundo o Glenn Greenwald, está mais perto do início do que do fim!) mostra que os procuradores da força-tarefa de Curitiba vazaram intencionalmente informações para o PiG.
O objetivo era manipular os acusados: intimidá-los para que eles fizessem as delações que eles, os lavajateiros, queriam.
Segundo a reportagem de Glenn Greenwald e Rafael Neves:
• Os lavajateiros conversaram abertamente no Telegram sobre o procedimento. "Qual foi a estratégia de revelar os próximos passos na Eletrobrás, etc.?", perguntou o procurador Orlando Martello em 21/VI/2015. Ao que responde o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima: "meus vazamentos objetivam sempre fazer com que pensem que as investigações são inevitáveis e incentivar a colaboração".
• O procurador Deltan Dallagnol, o Dallanhinho, ofereceu a um jornalista informações a respeito da atuação de órgãos do governo dos EUA junto à Lava Jato, na 14a fase da operação. "Já até fizemos um pedido de cooperação pros EUA (...) Isso é novidade. Você tem interesse de publicar isso hoje ou amanhã, (...) mantendo meu nome em off?", perguntou Deltan no mesmo dia 21/VI/2015.
• "Putz, sensacional!!! Publico hoje!!!", afirmou o jornalista.
• "Vamos controlar a mídia de perto", disse Santos Lima.
• "Vazamento seletivo... 🙈", disse outro procurador, Athayde Ribeiro Costa, em 12/XII/2016 (o emoji de macaquinho consta do original...).
• Portanto, o Dallanhinho mentiu ao "negar categoricamente" que agentes públicos repassassem à imprensa informações sobre a Lava Jato.
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