"Baratas infestam o Palácio do Planalto.
Ministro da Saúde acha que o Brasil tem hospitais demais.
Governo discute o fim do horário de verão.
General ameaça com intervenção militar - e "juristas" debatem se ela é constitucional.
Deputado quer obrigar rádios a executar músicas "religiosas".
Juiz proíbe exibição de peça teatral porque, em sua opinião, ela ofende "valores" familiares e religiosos.
Polícia invade e retira quadro de exposição.
Estudantes secundaristas que iam gritar "fora, Temer" em manifestação são processados por terrorismo.
Empresas se filiam a empresa de lobby do prefeito paulistano.
O mesmo prefeito afirma que não é preciso estar em São Paulo para governá-la.
Nova procuradora-geral da República assume cargo com discurso anticorrupção ao lado de presidente da República investigado por crimes variados - corrupção, entre eles.
O mesmo presidente não se importa em discursar platitudes na ONU e ser fotografado em companhia de abundantes caspas.
Sem alarde, sem discussão, esse nosso minúsculo presidente assina protocolo que entrega segredos nucleares do país a agentes internacionais.
Juiz de 1ª Instância assume poderes de ministros do Supremo Tribunal Federal, interpreta a Constituição a seu bel prazer, atropela leis e regulamentos, toma para si as funções de investigador e promotor, destrói empresas e reputações, aniquila milhares de empregos, persegue sem pudor um partido político, incluindo o ex-presidente da República que é o seu símbolo - se torna, na prática, a mais temida e poderosa figura da República.
Uma pena Stanislaw Ponte Preta, criador do Febeapá, o Festival de Besteiras que Assola o País, ter vivido na época errada."
(De Carlos Motta, jornalista, post intitulado "O Febeapá está mais vivo do que nunca", publicado no Jornal GGN - AQUI.
Certas 'particularidades' seriam cômicas, se não fossem trágicas. Há leitores que sustentam que nos anos sessenta, quando Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, lançou o Febeapá - crônicas sobre fatos surreais que aconteciam após o golpe de 1964, posteriormente reunidas em três volumes, de 1966, 67 e 68 - ocorriam mais situações 'pitorescas' do que nos dias atuais. Mas, não, contrapõem outros: hoje há muitas mais! "Houve 'pogrécio'". O cotidiano está prenhe de estultices. Exemplos recentíssimos: (a) Rocinha, no Rio, conflagrada há tempos, tem mais um dia de horror, ao que a mídia informa: dentro em pouco as forças militares farão cerco total; horas após o anúncio, o repórter, ao vivo, informa: "As forças dominam a favela", e silencia quanto ao fato de que bem antes da 'ocupação' os bandoleiros, avisados, já se haviam recolhido, inclusive para a mata; (b) o ministro da fazenda, candidatíssimo à presidência, manda vídeo para pastores pentecostais exortando-os no sentido de que rezem pela economia e por ele!; (c) o senhor Temer afirma que o delator não apresentou provas, quando a INVESTIGAÇÃO proposta visa justamente a examinar a eventual consistência dos indícios apontados. Etc., etc. etc.).
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