"Quando o Brasil tiver duas Jandira Feghali, que desafiou a Globo na Globo e fez o Gilberto Freire com “i”
fugir, nesse dia distante os partidos políticos e seus candidatos a
postos executivos se perguntarão: por que o último debate tem que ser na
Globo?
Foi assim que a Globo editou o debate do Collor com o Lula e determinou o resultado da eleição – como se demonstra no best-seller “O Quarto Poder – uma outra história” - e o Freire com “i” levou a segunda eleição do Lula contra o Alckmin para o segundo turno (também minuciosamente descrito no citado livro…).
Por que dar à Globo tanto poder?
O poder de fixar as regras do debate e o de dizer o que aconteceu no debate, na edição do jornal nacional do dia seguinte?
Porque esse é um país de tíbios, como diz o Mino Carta – ver na TV Afiada “canalhas, canalhas, canalhas".
Os colonizados nativos pensam que copiam a Metrópole, mas só pensam que copiam a Metrópole quando lhes interessa: como, por exemplo, faz o Pedro Malan Parente, um vendilhão da pátria que acha o pré-sal um lixo e desconstrói a Petrobras.
Aí, eles acham que copiam a Metrópole – só que a referida Metrópole jamais entregaria à Petrobras brasileira, ou à Shell anglo-holandesa, seu monopólio de petróleo, se tivesse – como tem de bomba atômica…
Faz o que eu digo mas não faça o que eu faço.
Uma boa coisa a copiar da Metrópole seria o formato dos debates a cargos executivos na televisão.
Como se viu no primeiro entre Hillary e Trump – a prova inequívoca de que os Estados Unidos avançam em acelerada decadência.
Os debates lá se realizam e são organizados por universidades.
Realizam-se razoavelmente antes da eleição e não na véspera…
O sinal é distribuído para todo mundo: quem quiser transmite o debate.
Tem um âncora para cada debate, escolhido entre os âncoras das principais redes de tevê.
O âncora fica no debate de costas para a câmera – ou seja, ele não tem a menor importância.
As regras são simplérrimas e, não, essa charada, quebra-cabeças dos “debates” brasileiros – o que confunde o espectador, o candidato e o âncora…
As regras são elementares: poucas perguntas do âncora e muitas, muitas perguntas e debates entre os candidatos.
Que é o que interessa.
Interessa, em termos.
Porque a literatura especializada mostra que debate não decide eleição: desde o célebre debate entre Kennedy e Nixon se comprova que o espectador vê nos debates o que quer.
O relevante, aqui, é tirar o poder de a Globo decidir as eleições.
O Freire com “i”, ao tentar responder à Jandira, disse que a Globo não tem a obrigação de realizar debates.
Os candidatos, no Brasil, é que “têm a obrigação” de debater na Globo – na véspera da eleição.
São os tíbios do Mino, para não usar palavra mais forte…
Em tempo: e por que um candidato a Presidente(a) deve se submeter à sessão de tortura a que o William Bonner submeteu a Dilma, quando falou tanto quanto ela, a ponto de a então mulher, a Fátima, que ainda não vendia presunto, adverti-lo: “William, William”, com dó da Presidenta…
I-na-cre-di-tá-vel!
Queria ver ele fazer aquilo com a Jandira.
Ah, se fossem duas..."
(Do jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu blog, post intitulado "Por que o último debate é na Globo?" - aqui.
"Uma boa coisa a copiar da Metrópole seria o formato dos debates a cargos executivos na televisão.
Como se viu no primeiro entre Hillary e Trump – a prova inequívoca de que os Estados Unidos avançam em acelerada decadência."
Note-se a ironia de Amorim relativamente à palavra 'decadência'. Na verdade, é exemplar o formato de debate lá adotado. No Brasil, o 'monopólio' da Globo reflete a sua hegemonia nacional: o grupo se impõe. Ponto.
Quanto à performance do PT nas eleições municipais - ao menos nas grandes cidades do País, até agora - é pífia, o que não surpreende. Também não surpreende o desempenho da senhora Marta Suplicy em São Paulo.
De qualquer modo, vale relembrar o que dizia o velho cacique mineiro Magalhães Pinto: "Política é como as nuvens: num momento mostram um desenho, noutro momento exibem um formato completamente diferente").
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