O único propósito dela era acabar com Dilma, o PT e Lula.
Era o que a plutocracia queria. Particularmente, a mídia plutocrata, liderada pela Globo.
Moro era o homem perfeito para o papel, um justiceiro de direita fantasiado de juiz.
E aí foi o circo que jamais esqueceremos. Incontáveis operações com uma cobertura grotesca da mídia, previamente informada por vazamentos. E os brasileiros sendo submetidos a uma brutal lavagem cerebral ao fim da qual os petistas eram ladrões e Moro um quase santo.
As manifestações pró-impeachment de legiões de midiotas simplesmente não teriam acontecido sem o teatro da Lava Jato e da mídia. As pessoas como que foram empurradas para as ruas pela imprensa, e usadas para o processo do golpe.
Que Dilma e seu ministro da Justiça nada tenham feito para coibir os abusos da Lava Jato é um mistério que caberá aos historiadores tentar desvendar.
Miopia? Inépcia. A hipótese mais provável, para mim, é que Dilma já estava tão enfraquecida que não viu chance nenhuma de reagir.
E os abutres, sabemos, atacam tanto mais quanto percebem fraqueza nas vítimas.
Apenas como comparativo, é impossível imaginar situação semelhante com Chávez e a plutocracia venezuelana. Chávez reagiria no mesmo tom dos agressores.
Temer, Jucá, Aécio, Serra apareceram com constância em delações na etapa final do afastamento. E em circunstâncias dramáticas, envoltos em denúncias pesadas de ladroagem.
Estão todos no poder.
A imprensa escondeu tudo. Moro não deu a menor importância às acusações.
Ali já estava claro que a Lava Jato fora abafada. Morrera. Você jamais voltaria a vê-la minutos incessantes no Jornal Nacional, nas capas de revistas e nas manchetes de jornais.
O inimigo fora abatido.
A plutocracia cuida de seus corruptos, como Aécio, Serra, FHC e tantos outros. Estes têm licença para roubar porque, de alguma forma, os lucros são repartidos.
FHC pegou dinheiro público em doses copiosas e transferiu para a conta privada da Globo em troca da proteção no caso Mírian Dutra e de uma cobertura jornalística que fazia o Brasil parecer a Suíça.
Ter gente que manipula à vontade no Planalto permite à Globo, e não só ela, sonegar à vontade sem medo de enfrentar consequências. E saber que todos os meses chegarão à empresas descargas multimilionárias de dinheiro público na forma de anúncios.
Tudo isso considerado, era óbvio que a Lava Jato seria abafada depois do golpe. Já não havia propósito nenhum para ela."
(De Paulo Nogueira, titular do blog 'Diário do Centro do Mundo', post intitulado "Alguém tinha dúvida de que a Lava Jato seria abafada depois do golpe?" - AQUI.
Bem, pelo menos em relação a um determinado partido político, ela continua límpida, inteiriça, ampla, integralmente 'vazável' - diante do que, claro, não há que falar em abafa. Para tanto, aliás, a virtuosa operação foi prorrogada por mais um ano).
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