terça-feira, 13 de setembro de 2016

A IMPLOSÃO DE CUNHA


Cassação prova que Cunha tinha os pés de barro

Por Luciana Oliveira

“A cabeça era de ouro, o peito e os braços, de prata e o ventre e os quadris, de bronze. As pernas de ferro se apoiaram em pés feitos de uma mistura de ferro e barro. De repente, uma grande pedra, cortada sem ninguém tocar nela, esmagou os pés da estátua, e então esmagou o resto da imagem “A cabeça era de ouro, o peito e os braços, de prata e o ventre e os quadris, de bronze. As pernas de ferro se apoiaram em pés feitos de uma mistura de ferro e barro. De repente, uma grande pedra, cortada sem ninguém tocar nela, esmagou os pés da estátua, e então esmagou o resto da imagem. O que restou da estátua foi levado pelo vento, mas a pedra se tornou em uma montanha que encheu a terra toda.” (Daniel 2:31-35).

Nada mais conveniente que essa passagem bíblica pra resumir a queda de Eduardo Cunha, o gigante que se espatifou.confiando numa base tão frágil. Ele emporcalhou a política brasileira, violou o regimento interno da Câmara dos Deputados, a Constituição Federal ao aceitar um pedido de impeachment sem crime de responsabilidade e foi o principal responsável pela ruptura democrática no país.

Foi de uma ardileza ímpar em manietar parlamentares sem a menor preocupação com a estabilidade econômica e política do país. Não há como dissociar Eduardo Cunha de tudo o que aconteceu de ruim desde a eleição de Dilma Rousseff e de tudo o que ainda está por vir.

Aquele a quem (parlamentares) como súditos contemplavam de baixo pra cima, desmoronou com olhares impiedosos de cima pra baixo. A base que sustentou o megalômano não suportou a pressão popular que como a pedrinha do sonho de Nabucodonosor tomou proporção destruidora. É o oposto de Dilma Rousseff, a quem perseguiu implacavelmente e que segue sustentada por uma base sólida. 

Não foi rápido, nem fácil, mas a implosão do falso ídolo fortalece a mentalidade de que a política jamais deve servir a golpes à democracia. Nada de bom se extrai do mau exemplo, nem existe bandido útil, nem a vingança deve balizar a ação legislativa.

Eduardo Cunha não saiu pequeno desse episódio pavoroso, como político, simplesmente se esfarelou. Caso cumpra a ameaça de delatar seus julgadores, nem por isso sua imagem se reconstituirá. (Aqui).

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Na verdade, os pés se revelaram de barro após 'feito o serviço'.

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