Aprendemos mais uma coisa na campanha sangrenta da mídia contra Dilma. Você encomenda e dá pesquisas quando elas são convenientes. E as suprime quando elas são inconvenientes.
Lembremos George Orwell, o jornalista e escritor britânico autor de clássicos como 1984 e Fazenda dos Animais: “A imprensa é propriedade de homens ricos dedicados a tratar de forma desonesta assuntos de seu interesse.”
Isso na Inglaterra de Orwell. Imagine no Brasil dos Marinhos, Civitas, Frias e Mesquitas.
A ausência barulhenta de pesquisas mostra, no entanto, o que os barões da imprensa e seus fâmulos nas redações tentam esconder: a opinião pública vê o golpe como golpe. Rejeita Temer e seu ministério de corruptos. E passou a ver Dilma sob outro ângulo: o de vítima de uma conspiração de homens desonrados interessados na manutenção de suas mamatas e na impunidade de suas roubalheiras ancestrais.
Não fosse isso, você pode ter certeza: estaríamos engolindo pesquisas sobre pesquisas em favor do golpe e de Temer, e contra Dilma.
Meia dúzia de telefonemas trocados entre os donos das companhias jornalísticas resolvem qualquer questão. Mais ou menos assim:
“Otávio?”
“Hmm.”
“Aqui João. Minhas pesquisas estão uma desgraça. E as suas?”
“Também.”
“Melhor não dar. Certo?”
“Perfeito.”
“Otávio?”
“Hmm.”
“Não tô gostando do Jânio.” (Nota deste blog: Jânio de Freitas).
“Dos meus progressistas cuido eu, João.”
Levantamentos desfavoráveis a Temer virtualmente matariam o golpe. Senadores que votaram pelo sim pensariam duas, três vezes antes de repetir a escolha na votação definitiva para não se queimarem perante o eleitorado.
O impeachment se deu na falácia, criada pela imprensa, de que a população toda clamava pela saída de Dilma.
Os fatos logo mostraram que não é assim. Golpistas são esculachados em toda parte, e Dilma virou uma superstar, aplaudida onde quer que apareça.
Outra ilusão forjada pela mídia girou sobre o “combate à corrupção”. Mas Temer e equipe imediatamente deixaram claro, até para midiotas, que a real corrupção reside nos golpistas.
É dentro destas circunstâncias que você deve entender a ausência de pesquisas. Elas certamente contariam o que a imprensa não quer que a sociedade saiba."
(De Paulo Nogueira, titular do 'Diário do Centro do Mundo', post intitulado "A ausência de pesquisas revela o que a imprensa tenta esconder" - aqui.
Uma indagação se impõe: Se as pesquisas não dão o ar de sua graça agora, quando o saco de 'bondades' foi aberto, o que esperar do futuro, quando a caçamba de maldades for despejada sobre o povão? A propósito, vejamos:
"Não deveriam causar estranheza, nos analistas políticos e econômicos, os primeiros gestos do presidente interino Michel Temer, que, nesta semana, pediu uma salva de palmas aos parlamentares que aprovaram reajustes para várias categorias do funcionalismo, com aumentos que custarão mais de R$ 50 bilhões aos cofres públicos em quatro anos.
Mais do que simplesmente aplaudir, Temer também disse que os reajustes cabem na nova meta fiscal, que prevê um déficit de R$ 170 bilhões neste ano. Qual seria lógica de um governo, que chega ao poder após denúncias de descalabro fiscal da antecessora, promover novos aumentos e tolerar um rombo ainda maior? (...)".
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A propósito, os parlamentares louvados com 'salva de palmas', sensibilizados, estão agora a pleitear aumentos salariais nos mesmos níveis oferecidos aos ministros do STF).
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