quinta-feira, 9 de junho de 2016
LIÇÃO DE MICROECONOMIA: O CASO DA MÁSCARA DO JAPONÊS
Lição de microeconomia: O caso da Máscara do Japonês da Federal
Newton Ishii, o "Japonês da Federal", alcançou tal notoriedade que, no último Carnaval, virou até tema de marchinha em concurso promovido pela Rede Globo, e sua imagem inspirou a produção da máscara campeã das vendas alcançadas pela empresa Condal, a maior do estado do Rio de Janeiro: 25 mil fantasias do 'Japonês' foram vendidas em fevereiro/março.
Ainda atordoado em face da recente prisão do 'ídolo brasileiro', ícone da moralidade, Albert Paris, diretor comercial e um dos donos da Condal, dá conta de que o desempenho futuro das vendas de máscaras do "Japonês da Federal" é uma incógnita - aqui -, como se, diante da rude realidade, restasse outra consequência que não o encalhe do produto.
Abstraindo a ironia do fato em si, ocorre-nos sugerir ao diretor Paris uma revisita aos compêndios de microeconomia, concentrando-se na lição preliminar consistente em que, em se tratando de produtos singulares como o em questão, e considerando o fato de que Newton Ishii detinha ficha altamente suja havia mais de dez anos, o investidor deve cercar-se de cautelas especiais ao montar os pilares do projeto: Mercado, Localização, Tamanho, Tecnologia, tudo isso, mas, antes de tudo, o PRODUTO, o que impõe a verificação da vida pregressa de seu(s) inspirador(es). No caso do "Japonês da Federal", esse cuidado básico - e de facílima realização - certamente desaconselharia o investimento, a não ser, evidentemente, que o diretor apreciasse ousar, correr o risco...
O fato é que a miopia empresarial proporcionou ao país e ao mundo um 'case' sombrio, ressaca de quarta-feira de cinzas.
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(Memória:
."A prisão do 'Japonês da Federal' e o fracasso de um país em busca de heróis", de Mário Magalhães, aqui,
."Caso do 'japonês' expõe a hipocrisia do moralismo", de Fernando Brito, aqui).
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