quinta-feira, 16 de junho de 2016
DIÁLOGO TRANSCENDENTAL
- "O Tribunal de Contas da União intimou a presidente eleita a manifestar-se, no prazo de até trinta dias, sobre supostas irregularidades orçamentárias em 2015", é o que diz aqui. São as tais pedaladas, o impeachment.
- Não perca tempo com inutilidades!
- Alto lá. Inutilidades? Por quê?
- O TCU é meramente decorativo, confraria de políticos premiados, zero à esquerda.
- Pô, cara, você está sendo rigoroso em excesso!
- A quem compete julgar as contas?
- Ao Congresso, mas com base em parecer do TCU.
- Certo. O processo de impeachment está baseado em quê?
- Em irregularidades nas contas de 2015.
- Perfeito. Quando foi iniciado o processo de impeachment?
- Na prática, no início de dezembro do ano passado, quando Eduardo Cunha acolheu denúncia interposta em novembro pelo PSDB.
- Isso mesmo! O ano nem sequer havia acabado. Julgamento a cargo do TCU, portanto, era algo distante, até porque o governo poderia apresentar as contas até abril de 2016, como aliás se observou... À vista do que, concluo: a ausência de julgamento por parte do TCU não obstou o acolhimento do pedido; logo, estamos diante de uma inutilidade.
- Você está fazendo pouco de um ritual consagrado!
- Você insiste, então, que o juízo de valor do TCU é relevante...
- Lógico que é!
- Suponha, então, que, à vista da manifestação a ser apresentada pela presidente eleita, e considerando os diversos pareceres técnico-jurídicos que teriam embasado as práticas adotadas, suponha que... suponha que...
- Desembucha, cara!
- Suponha que o TCU... VENHA A CONSIDERAR REGULARES AS CONTAS 2015!
- O quê?!! Ora bolas! Seria uma esculhambação!! Que p* é essa?!!
- Calma, rapaz, não é do seu feitio exasperar-se assim.
- *#&!y;*§# !!!
- Modere sua linguagem!
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