terça-feira, 28 de junho de 2011

OS MÉRITOS, OS MÉRITOS


"...OS GANHOS PARA OS MENOS ABASTADOS SE DERAM NÃO EM UM AMBIENTE POLÍTICO E ECONÔMICO DE ESTADO FORTE E INTERVENCIONISTA NA ECONOMIA, MAS DE LIBERDADE ECONÔMICA, DE PRÁTICA DO CAPITALISMO."


(Editorial do jornal Meio Norte, edição desta data, ao louvar os resultados mostrados por estudo da Fundação Getúlio Vargas em que são destacados o aumento da atividade econômica, a redução da distância entre ricos e pobres, a inserção de aproximadamente 50 milhões de novos consumidores ao longo de 8 anos - com o Nordeste passando a ser o segundo maior mercado consumidor - e a incorporação de mais de 13 milhões de brasileiros às classes A, B e C, de 2009 a maio deste ano.

O editorial informa, quase no final, que o crescimento da renda resulta de "mais educação e do trabalho formal, segundo explicações da Fundação Getúlio Vargas" - mas esquece de dizer que a própria FGV, na mesma nota/manifestação, atribui parcela do mérito aos programas sociais, como o Bolsa Família. Ambos, editorial e FGV, omitiram respostas às seguintes indagações: para a expansão do trabalho formal, qual o mérito dos investimentos maciços do PAC, notadamente em Pernambuco - o estado que mais cresce no Nordeste -, a exemplo dos efetuados/em curso na indústria naval? E o dos programas PRONAF e Mais Alimentos e Luz para Todos? E o dos bancos estatais, que a cada ano elevam suas aplicações em investimentos? Em que situação estaria o Brasil caso o Estado não tivesse adotado medidas ousadas após a eclosão da crise financeira mundial 2008/9?

É evidente que sem esforços pessoais e iniciativas empresariais privadas não se alcança mobilidade, mas a experiência brasileira deixa claro que o Estado forte é que vem sendo o ator sem o qual a peça estaria sendo um rematado fracasso de crítica e, especialmente, de público).

2 comentários:

Sílvio Macêdo disse...

Grande Dodó não é a toa que a ONU tem dado destaque ao bolsa família como um programa que tem contribuído para que sejam alcançadas as chamadas metas do milênio.Abração!

Dodó Macedo disse...

Bem lembrado, mano.
Grande abraço.