"Continuam escolhendo quem pega vaga na UTI. Em muitas cidades, ainda tem mais gente na fila do que leitos disponíveis, apesar da redução no número de internados nos últimos dias.
O mais jovem só irá perder para quem tem mais idade se, no confronto das condições de cada um, já estiver com problemas sérios agravados por comorbidades e um quadro geral bem mais grave.
Não há muito o que fazer para mudar esse critério básico, ou as equipes passariam horas debatendo que o jovem não tem filhos e que o idoso ao lado dele sustenta ou ajuda a sustentar muita gente.
Poderiam argumentar, sociologicamente, que outros fatores talvez favorecessem um idoso. Mas a sociologia e os afetos não entram nessa escolha.
As convenções escritas ou não indicam que a preferência é geralmente pelo paciente mais jovem. Ele, na média, é quem tem condições de tirar melhor proveito dos recursos oferecidos.
O mais jovem só irá perder para quem tem mais idade se, no confronto das condições de cada um, já estiver com problemas sérios agravados por comorbidades e um quadro geral bem mais grave.
Não há muito o que fazer para mudar esse critério básico, ou as equipes passariam horas debatendo que o jovem não tem filhos e que o idoso ao lado dele sustenta ou ajuda a sustentar muita gente.
Poderiam argumentar, sociologicamente, que outros fatores talvez favorecessem um idoso. Mas a sociologia e os afetos não entram nessa escolha."
(De Moisés Mendes, texto intitulado "Um Jovem e um Idoso Disputam a Única Vaga na UTI", publicado originalmente no site Jornalistas Pela Democracia e reproduzido do Diário do Centro do Mundo - Aqui.
Mendes é jornalista em Porto Alegre, e autor do livro 'Todos Querem Ser Mujica').
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