quarta-feira, 12 de agosto de 2020

O SPUTNIK DE PUTIN

.
Na manhã de ontem, 11, comentamos neste Blog: 
"A vacina (aparentemente precipitada, frise-se) será aplicada massivamente a partir de outubro, e se chama Sputnik-5. Algo a ver com o satélite Sputnik-1, lançado pela antiga URSS em outubro de 1957 e que marcou o início da era espacial?" - ("Putin lança a primeira vacina contra a covid-19 e diz que sua própria filha foi vacinada"Aqui )
Bem, o jornalista Alex Solnik comenta a respeito.


Por Alex Solnik (No 247)

No dia 4 de outubro de 1957, a agência Tass, porta-voz oficial do governo Krushev, anunciou que a União Soviética havia lançado ao espaço, com sucesso, “o primeiro satélite artificial da Terra”.
O “Sputnik” era uma esfera de 83 quilos e 53 cm de diâmetro, com um transmissor de rádio em seu interior, cujo objetivo era cumprir trajetória elíptica, a 900 km de altura, dando uma volta à Terra a cada 1 hora e 35 minutos.
Imaginem o impacto da notícia. A Terra tinha até então um satélite só: a Lua. Passara a ter um a mais, artificial. Os russos tinham conseguido colocar um objeto em órbita da Terra, o que possibilitou os voos cósmicos posteriores, a partir do de Yuri Gagarin.
A reação do mundo foi do espanto à desconfiança e à incredulidade.
A agência de notícias United Press, dos EUA, afirmou, a 5 de outubro de 1957, cheia de dedos, que “a BBC anunciou, nas primeiras horas de hoje, sábado, que havia captado sinais de rádio que poderiam ser do satélite artificial que a URSS anunciou ter lançado”.
“Poderiam ser”… “anunciou ter lançado”…
O mesmo espanto e a mesma desconfiança tomam conta do mundo com o registro da primeira vacina contra o covid-19, também batizada, propositalmente, de Sputnik, pois se destina a causar o mesmo impacto do xará espacial.
Tal como em 1957, surgem dúvidas e questionamentos: foi muito rápido… não seguiu o protocolo… estudos não foram publicados.
Não acredito que Putin seria irresponsável a ponto de lançar uma vacina que não funciona ou que tem efeitos colaterais só para ser o primeirão.
Concordo que ele é um tzar e que busca se perpetuar no poder e, sem dúvida, a vanguarda no combate à maior pandemia dos últimos 100 anos é um trunfo indiscutível. Mas não iria mandar vacinar os russos se não tivesse certeza que os está protegendo e não expondo a riscos. Todo tzar para se perpetuar no poder precisa de povo porque sem povo não há arrecadação de impostos.
Também penso que Putin não correria o risco de ser desmascarado, no caso de a vacina ser um placebo ou coisa pior.
Mentira tem perna curta é um provérbio que ele conhece muito bem.  -  (Aqui).

................
.Cumpre registrar:
"Segundo o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, a OMS não recebeu informações suficientes sobre a vacina russa para avaliá-la. 'Qualquer produtor de vacina tem que seguir este procedimento que garante sua segurança e tem a recomendação da OMS', disse ele".  -  (OMS não irá recomendar vacina russa contra covid-19 até ter resultados - Aqui).

Nenhum comentário: