quinta-feira, 14 de novembro de 2019

TRF-4 DERRUBA SENTENÇA 'COPIA E COLA' DA JUÍZA GABRIELA HARDT

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O caso abaixo se assemelha ao do 'sítio de Atibaia', no qual o ex-presidente Lula foi condenado em primeira instância pela mesma 'autora', juíza Gabriela Hardt. Em vista do que ocorre, e considerando que o julgamento do 'processo do sítio', pelo TRF4, ocorrerá em breves dias, duas possibilidades nos parecem factíveis:  (a) 'preparar' o público para a 'decisão destoante' que o tribunal estaria prestes a tomar, inclusive remetendo a sua atenção para o precedente (o caso abaixo);  (b) condenar o acusado sob o argumento de que, a despeito das semelhanças evidenciadas, o caso apresentaria características especiais capazes de minimizar o 'equívoco'. (Que não se estranhe o contido na alínea 'b'; é que, após o comportamento do referido tribunal no caso do triplex do Guarujá, cuja sentença de primeiro grau foi veementemente condenada por mais de cem professores e outros especialistas em direito - Aqui -, nada mais causará surpresa).   
No mais, ficamos a imaginar sobre como a juíza Hardt está a sentir-se diante da reincidência ora trazida a público.


TRF4 derruba sentença 'copia e cola' da juíza Gabriela Hardt

Por Rafa Santos (No Conjur)

Reproduzir, como seus, argumentos de terceiro, copiando peça processual sem indicação da fonte, nãé admissível.
Com esse entendimento, a 8ª Turma do Tribunal Federal da 4ª Região acatou apelação e anulou a sentença da juíza Gabriela Hardt, substituta de Sergio Moro na 13ª Vara Federal em Curitiba. O cargo hoje é ocupado pelo titular, juiz Luiz Antônio Bonat.
Em sua manifestação, o desembargador Leandro Paulsen afirmou que acompanha integralmente o voto do relator João Pedro Gebran Neto e salientou que a sentença é nula por afronta ao artigo 93, IX, da Constituição Federal, que determina que todos os julgamentos do Poder Judiciário serão públicos e fundamentadas todas as decisões.
O magistrado ainda argumenta que no caso em questão se constatou, de fato, que a “sentença apropriou-se ipsis litteris dos fundamentos das alegações finais do Ministério Público Federal, sem fazer qualquer referência de que os estava adotando como razões de decidir, trazendo como se fossem seus os argumentos, o que não se pode admitir”.
Paulsen ainda pondera que se admite as citações de alegações do MPF, mas reitera que copiar peça processual sem indicação da fonte não é admissível. O magistrado ainda salienta que decidiu se manifestar no acórdão para que em futuras sentenças o mesmo vício não seja reproduzido.
Outra irregularidade do processo é o uso de grampo telefônico de um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná que tem prerrogativa de foro, e omitiram essa irregularidade da juíza. Mesmo a defesa demonstrando essa irregularidade com base nas contas do telefone funcional do conselheiro, a magistrada proferiu a sentença e depois mandou abrir um inquérito policial. A defesa dos apelantes foi feita pelos advogados Antonio Augusto Lopes Figueiredo Basto e Rodrigo Castor de Mattos.
Similaridade
O argumento aceito pelo colegiado da 
8ª Turma do Tribunal Federal da 4ª Região nesse caso é muito similar ao alegado pelos advogados do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin e Valeska Martins no caso do sítio de Atibaia (SP).
Na ocasião, a defesa do ex-presidente pediu em fevereiro deste ao Supremo Tribunal Federal que fosse juntada ao processo uma perícia feita pelo Instituto Del Picchia que sustenta que a juíza Gabriela Hardt copiou trechos da sentença do então juiz Sergio Moro no caso do tríplex do Guarujá (SP).
O argumento de Zanin é que a perícia mostra que a juíza, que substituiu Moro no julgamento da “lava jato” quando ele deixou a função, não julgou o caso e apenas formalizou uma condenação pré-estabelecida.
O parecer pericial, feito por Celso Mauro Ribeiro Del Picchia, diz que existem provas de forma e de conteúdo da cópia. No primeiro caso, paridades de cabeçalhos e rodapés, determinações das margens, a extensão das linhas, os espaçamentos interlineares e entre parágrafos, as fontes e seus tamanhos, os títulos e trechos destacados em negrito e centralizados.
Quanto ao conteúdo, ressalta a existência de trechos repetidos e até mesmo um ponto no qual a juíza Gabriela Hardt cita o "apartamento", quando estava julgando o caso do sítio. A confusão seria com a outra ação penal em que Lula foi condenado, que envolve um apartamento no Guarujá, em São Paulo.  -  (Aqui).
5062286-04.2015.4.04.7000/PR
Clique aqui para ler a decisão do TRF-4

Clique aqui para ler o pedido da defesa de Lula
Clique aqui para ler a perícia do
 Instituto Del Picchia

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