O que dissemos ontem, 22, sobre Henry Sobel:
"Este Blog aplaude Henry Sobel, o homem que dignificou Vladimir Herzog, lavando a alma do Brasil em momento tão amargo na história da República" - (Aqui).
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No texto abaixo: No caso Herzog, usou sua autoridade e o lugar que ocupava para refutar a narrativa oficial sobre a morte de Vlado. Ele não admitiu que o enterro fosse feito na ala reservada aos suicidas no cemitério israelita.
Atitude do rabino se tornou um símbolo de resistência, marcando a história da família Herzog de forma respeitosa, cuidadosa e definitiva
O Instituto Vladimir Herzog (IVH) lamenta profundamente o falecimento do rabino Henry Isaac Sobel na data de hoje, 22 de novembro. Sua trajetória tem uma forte ligação com a família Herzog e com os valores fundantes do IVH, tendo sido uma liderança essencial na defesa da democracia, da liberdade de expressão, da dignidade humana e da justiça.
Nascido em 1944 na cidade de Lisboa, em Portugal, o religioso passou parte fundamental de sua história nos Estados Unidos e formou-se rabino em 1970, em Nova York. Sua história no Brasil começou em seguida, após aceitar um convite para integrar a CIP (Congregação Israelita Paulista). Aqui, Henry Sobel foi uma das lideranças que não se acovardou diante das atrocidades e violências operadas pelo Estado brasileiro durante a ditadura civil-militar que assolou o país por duas décadas.
No caso Herzog, usou sua autoridade e o lugar que ocupava para refutar a narrativa oficial sobre a morte de Vlado. Ele não admitiu que o enterro fosse feito na ala reservada aos suicidas no cemitério israelita. Foi assim que Vladimir Herzog, torturado e assassinado no DOI-CODI, órgão de repressão do governo brasileiro, teve assegurado o direito a um sepultamento que respeitasse os ritos judaicos, parte de sua origem e memória, no Cemitério Israelita do Butantã.
Além disso, Sobel, D. Paulo Evaristo Arns e James Wright celebraram o primeiro ato ecumênico que marcou a história do Brasil na luta contra a ditadura, reunindo mais de 8 mil pessoas e diversos setores da sociedade paulista à época. Realizado na Catedral da Sé, em São Paulo, o protesto aconteceu em 31 de outubro de 1975, seis dias após a morte de Vlado e deu início ao processo que culminaria na redemocratização do país. Outras lideranças religiosas do país também estiveram presentes.
A trajetória do rabino reafirma o impacto das decisões de lideranças, religiosas ou não, e a importância de tais figuras se comprometerem com valores que protejam e defendam os direitos civis e a dignidade da pessoa humana em qualquer tempo. Sua atitude se tornou um símbolo de resistência, marcando a história da família Herzog de forma respeitosa, cuidadosa e definitiva.
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