História para quem acredita que o mundo agora é outro
Por Fernando Brito
Via Nilson Lage, chega-me a imagem postada no Facebook por Rodrigo Aguiar, que reproduz um editorial da Folha de S. Paulo de 28 de janeiro de 1964.
A cantilena, quase igual, exceto porque a “infiltração comunista” da qual se falava então virou “aparelhamento petista”.
A Petrobras já era vista como “um Estado dentro do Estado” e o monopólio estatal era apontado como “capa que acoberta inépcia, demagogia e quiçá desonestidade”.
Era preciso “uma limpeza na direção da Petrobras (…) para que desapareçam as preocupações ideológicas que hoje a marcam”…
Apesar dos freios que quase sempre lhe impuseram – e que se ensaia recolocar, agora – a Petrobras tornou-se uma gigante mundial e, por isso, muito mais ambicionadas suas riquezas, que são nossas.
O entreguismo mudou de forma, aumentou seus apetites e, sobretudo, diluiu-se ideologicamente em gente que acredita que não se vive mais do tempo dos impérios e que o mundo, de fato, é global.
Gente que aceita que foi a democracia e não o petróleo que levou os norte-americanos ao Iraque.
E que cai no conto de que o projeto de José Serra quer apenas “aliviar” a Petrobras da pressão, coitada, de ter de explorar a maior jazida de petróleo descoberta no século 21. (Fonte: aqui).
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Tramita no Senado projeto de lei, apresentado por José Serra, que "flexibiliza" a participação da Petrobras na exploração do pré-sal: a obrigatoriedade de a empresa participar com pelo menos 30% de cada investimento exploratório seria derrubada. A alegação é de que a empresa atravessa dificuldades financeiras, mas o propósito principal seria o de escancarar o empreendimento às empresas estrangeiras. Presentemente, senadores denunciam o fato de que o trâmite do PL estaria sendo estranhamente 'agilizado' na citada casa legislativa, mas a 'urgência', pelo menos, foi retirada.
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