Nota prévia: “O tom de Epicuro é sempre muito afirmativo; tem horror do ceticismo. Esta teoria, diz ele, é contraditória: como é que um homem pode saber que não sabe nada? O que ele principalmente censura no ceticismo é o não poder fundamentar uma regra de procedimento, porque sempre procedemos segundo aquilo que acreditamos; a ética deve, portanto, ter por base um conjunto de convicções bem firmes. (...)
Professava também um profundo desprezo pela investigação curiosa da história: visto que o passado é passado, por que motivo nos temos nós de inquietar com ele?” (E. Joyau)
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“O essencial para a nossa felicidade é a nossa condição íntima, e desta somos nós os amos.”
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“Nem a posse das riquezas nem a abundância das coisas nem a obtenção de cargos ou o poder produzem a felicidade e a bem-aventurança; produzem-na a ausência de dores, a moderação nos afetos e a disposição de espírito que se mantenha nos limites impostos pela natureza.”
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“Se queres enriquecer não lhe acrescentes riquezas: diminui-lhe os desejos.”
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“A quem não basta pouco, nada basta.”
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“Não deves corromper o bem presente com o desejo daquilo que não tens; antes, deves considerar também que aquilo que agora possuis se encontrava no número dos teus desejos.”
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“Quem menos sente a necessidade do amanhã mais alegremente se prepara para o amanhã.”
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“A vida do insensato é ingrata: encontra-se em constante agitação e esta sempre dirigida para o futuro.”
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“Recordemos que o futuro não é nosso nem de todo não nosso, para não termos de esperá-lo como se estivesse para chegar, nem nos desesperarmos como se em absoluto não estivesse para vir.”
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“Não realizes na tua vida nada que, se for conhecido por teu próximo, te possa acarretar temor.”
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“A serenidade espiritual é o fruto máximo da justiça.”
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“De todas as coisas que nos oferece a sabedoria para a felicidade de toda a vida, a maior é a aquisição da amizade.”
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(Tradução e notas: Agostinho da Silva - aqui).
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