domingo, 2 de março de 2014

SOBRE A AUTONOMIA DA CRIMEIA


Ucrânia... Crimeia... Estão brincando com brasas antigas...

Por Fernando Brito

Não se pode brincar com a situação da Crimeia, na Ucrânia, que está levando a uma escalada de tensão militar preocupante.

Nem, simplesmente, achar que os russos estão querendo “invadir” o território da Ucrânia, do qual a Crimeia seria parte natural.

Não é.

Se  situação da Ucrania já é complicada, a da Crimeia é muito mais.

Só quem agir de má-fé a tratará de forma simplista.

A Crimeia sempre foi – e é – uma região autônoma, como eram as que formavam a Iugoslávia, em relação às quais o Ocidente defendeu a autodeterminação.

A Crimeia, originariamente tártara e vinculada ao Império Otomano, passou a ser parte da Rússia no século 18.

Com a ajuda dos turcos, franceses e ingleses tentaram tomá-la, no século seguinte.

Desde 1921 era uma das repúblicas da União Soviética, não integrava a da Ucrânia.

Na II Guerra Mundial, os nazistas a dominaram e sob sua cobertura  as minorias ucranianas e tártaras chacinaram os de origem russa e judaica nas praças.

Em quatro linhas é essa a história resumida desta região, que nem mesmo geograficamente se confunde com o território ucraniano, pois é uma península ligada a ele e à Rússia (As Olimpíadas de Inverno  de Sochi foram ali pertinho, a menos de 400 km).

Sua população é formada por 60% de pessoas de origem russa.

Ela continuava a ser  uma República Autônoma, embora tenha decidido, há quase duas décadas, associar-se à Ucrânia.

Numa votação apertada, em 1991, a Crimeia e Sebastopol, seu principal porto e sede da frota soviética no Mar Negro, a declaração de independência da Ucrânia foi aprovada por margem apertada (54 a 46%) numa eleição que, ao contrário das demais regiões ucranianas, teve comparecimento relativamente baixo, de apenas 2/3 dos eleitores.

E, ainda assim, foi aprovada com a autonomia da região.

É essa autonomia que a comunidade internacional deve proteger.

Senão, o que veremos será a barbárie que aquela terra assistiu nos últimos 350 anos. (Fonte: aqui).

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Se a Crimeia é autônoma, o povo da Crimeia, e só ele, deve decidir sobre seu destino.

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