quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

ECOS DE FUX E MORO

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Este Blog se permite dizer que jamais teve dúvidas quanto à supremacia do sr. Moro sobre o Supremo e a Constituição - ou, melhor dizendo, ao empenho de referida autoridade em tal sentido, com o beneplácito da mídia, desde o tempo de juiz de base. Mas, no caso específico do juiz de garantias, ao menos, nossa impressão é a de que as pretensões dos ministros Fux e Moro e seu lado poderão não se concretizar, em face de lances do jogo de poder - valendo evocar Magalhães Pinto e a mudança constante das imagens que as nuvens formam no céu, quando há nuvens no céu, evidentemente. 


Decisão de Fux põe Supremo ante rendição a Moro 

Por Fernando Brito 

A decisão de Luiz Fux de suspender, até as calendas gregas, o trecho do “pacote anticrime” que institui o juiz de garantias, joga luz sobre as posições no jogo de xadrez num país onde o Judiciário deixou, faz tempo, a posição de mediador e se tornou ativíssimo personagem da disputa política.
Em menos de nove meses, se cumprido o rodízio tradicional, Fux será o presidente do Supremo.
E não há dúvidas de que, lá, será a longa manus de Sérgio Moro, a quem – provam-no os vazamentos do The Intercept – é parceiro ou cúmplice, conforme se olhe.
Jair Bolsonaro sabe que esse será um trunfo para o jacaré que mantém em seu quintal, o Governo. E que, ao contrário do maneiroso Toffoli, não é ao presidente da República – ou não a ele somente – que haverá obséquios e gentilezas.
E Rodrigo Maia (sabe) que Fux, na cadeira hoje de Toffoli, será – como demonstrou agora – uma espada sobre qualquer “insubordinação” do Legislativo ao ministro.
Os demais integrantes do Supremo sabem, igualmente, que Fux manobrará prazos e pautas até que um “terrivelmente evangélico” venha a ocupar a cadeira agora de Celso de Mello.
As peças estão dispostas para a guerra e Fux, na semana que tem de exercício na presidência do Supremo, já sinalizou que será, no cargo, o bispo de um rei não coroado.
Nas contas dele, não ainda.  -  (Tijolaço - Aqui).

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