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Trump em Davos, o circo completo
"O Fórum de Davos é um negócio de eventos, é uma fundação criada por um empreendedor alemão, Klaus Schwab, que vive disso há décadas. O Fórum já teve maior expressão. Seu apogeu se deu no início do novo milênio e antes da crise de 2008. Hoje está em escala descendente, mas ainda é um grande palco para discussão de ideias sobre o mundo dos negócios."
Por André Araújo
O Presidente dos EUA fez hoje um surpreendente discurso em Davos onde cantou seus feitos e glórias, como de habitual, MAS tocou em um item que não é sua praia, MEIO AMBIENTE. Reconheceu o problema e diz que os EUA vão aderir ao projeto mundial de PLANTAR UM TRILHÃO DE ÁRVORES.
O Fórum de Davos é um espécie de piquenique anual do capitalismo selvagem, baseado em fusões e não pagamento de impostos, levando o mundo a uma inédita CONCENTRAÇÃO DE RENDA, permitida e consentida por governos acovardados e rendidos ao neoliberalismo primitivo, com as exceções da França e Alemanha e dos países de economia dirigida pelo Estado, como Rússia e China. Trump fala qualquer coisa que lhe dê algum proveito naquele momento, suas falas e promessas têm o valor de um guardanapo e assim o mundo o considera, mas hoje ele inovou.
O Fórum de Davos é um negócio de eventos, é uma fundação criada por um empreendedor alemão, Klaus Schwab, que vive disso há décadas. O Fórum já teve maior expressão. Seu apogeu se deu no início do novo milênio e antes da crise de 2008. Hoje está em escala descendente, mas ainda é um grande palco para discussão de ideias sobre o mundo dos negócios.
É curioso que o tema central nesta edição do Fórum seja a SUSTENTABILIDADE DO PLANETA DIANTE DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS, um tema consensual entre as lideranças políticas mundiais, entre as grandes corporações e entre os maiores cientistas do mundo, ficando de fora os malucos negacionistas e seus seguidores. Trump era um deles, mas parece que mudou de lado: pelo menos em seu discurso em Davos, viu que o vento está majoritariamente ao lado do meio ambiente e aderiu.
O tema da CONCENTRAÇÃO DE RENDA, cada vez mais candente no mundo, força sua entrada na pauta de Davos, mas é evidente que é um tema político que depende de ação política. A ideia de Thatcher e Reagan de que REDUZINDO IMPOSTOS PARA OS RICOS E CORPORAÇÕES eles reinvestiriam o dinheiro e criariam mais empregos, revelou-se uma miragem, algo já reconhecido pelos centros mundiais de pensamento econômico. NÃO INVESTIRAM NADA PARA CRIAR EMPREGOS, apenas enriqueceram mais.
Está na hora dos países TAXAREM MUITO MAIS LUCROS E PATRIMÔNIOS para desconcentrar renda e criar recursos para investimentos em educação, saúde, saneamento e moradia. Esta é uma linha já presente nas plataformas das novas ondas de eleições nos grandes países, a começar dos EUA, onde os candidatos Democratas têm a faca pronta sobre a riqueza espantosa dos fundos e bilionários. Trump em Davos tem tudo a ver e mostra que estamos no limiar de grandes transformações na geopolítica econômica.
Pelo menos o Fórum de Davos serve como biruta de aeroporto, capta as ondas que pairam sobre o cotidiano mundial e traz à discussão temas que daqui por diante ocuparão o topo das corporações, das chancelarias, da academia, da mídia e das redes globais de pensamento avançado.
(Nota:) As notícias, certas ou erradas, sobre a presença de Paulo Guedes em Davos, que lá foi para VENDER O BRASIL, assim saiu na mídia nacional, são de um ridículo atroz, Davos não é feirão de saldos, o nível é mais elevado mesmo no conceito capitalista, não é lugar para mascatear, é um fórum de ideias e o Brasil não pode se igualar a um mascate de avenida que oferece amendoim aos motoristas. Ir a Davos para VENDER O BRASIL é demais! - (Fonte: Jornal GGN - Aqui).
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