"O renascimento da escravidão na Líbia é um dos fatos mais grotescos de que se teve notícia desde a explosão da Bomba Atômica em Hiroshima e das carnificinas praticadas pelo US Army na Coreia do Norte e no Vietnã. Ninguém em sã consciência pode deixar de apontar o dedo para os EUA e dizer: eu acuso.
Este será sem dúvida o legado mais infame da administração do sorridente Barack Obama, o presidente negro cuja Secretária de Estado instigou a França a intervir militarmente na Líbia.
O resultado aí está: o ressurgimento da escravidão, que alimenta a esperança dos racistas europeus, norte-americanos e brasileiros de poder fazer o mesmo na Europa, nos EUA e no Brasil.
Hillary Clinton, política que sempre se apoiou em eleitores norte-americanos negros e comemorou a morte de Kadafi diante das câmeras de TV, também merece as honras deste feito.
A Líbia não era um paraíso sob o comando de Kadafi. Todavia, ninguém pode negar a verdade factual: quando ele governava aquele país os negros líbios não eram tratados de maneira tão brutal, desumana, vil, racista e monstruosa quanto eles têm sido tratados após a vitória da democracia norte-americana naquele país.
Onde estão os negros norte-americanos ricos e influentes neste momento? Protestando nas ruas contra a escravização de seus irmãos africanos ou sentados confortavelmente em suas casas assistindo os filmes em que o racismo é derrotado pelo “American way of life”? Onde está Morgan Freeman, príncipe dos atores negros norte-americanos que atacou a Rússia e defendeu a superioridade moral dos EUA?
Não se enganem meus caros, o Tio Sam não vai assumir a culpa pelo resultado de suas ações na Líbia. Muito pelo contrário, em dois ou três anos o mercado será inundado por filmes "made in USA" retratando a saga dos heróis norte-americanos que correm risco de vida para salvar negros líbios escravizados.
Nenhuma novidade. A única coisa que o império racista dos olhos azuis consegue produzir são desgraças inenarráveis e filmes para convencer os norte-americanos de que a América sempre faz o oposto do que realmente fez."
(De Fábio de Oliveira Ribeiro, post intitulado "Ao César negro seu legado infame na Líbia", publicado no Jornal GGN - AQUI.
O jogo do Poder, local ou mundial, é rasteiro. As grandes potências se digladiam o tempo todo. Na ácida abordagem acima, seria imprescindível aludir à famosa Primavera Árabe e ao fato de que a Líbia integra o grupo dos cinco maiores detentores de reservas provadas de petróleo do mundo [a Venezuela é a nº 1], e que Kadafi resistia ao assédio de Tio Sam relativamente a esse estratégico filão. Vitoriosas, as múltis petroleiras e seus patronos certamente consideram a escravidão do povo líbio mero efeito colateral).
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