quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

A CHARGE DA ERRATA


Chargista troca FHC por Lula e provoca inédita errata em Zero Hora

Por Naira Hofmeister, na Carta Maior

O jornal gaúcho Zero Hora, do Grupo RBS – afiliada da Globo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina – protagonizou, nesta semana, nova polêmica no Estado ao publicar uma inédita retratação por um erro cometido em uma charge, assinada por Marco Aurélio.

No desenho, veiculado na edição da última sexta-feira (15), o cartunista ironiza o pagamento de US$ 100 milhões em propina ao governo Fernando Henrique Cardoso, mencionado pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró em depoimento para a Procuradoria Geral da República. A notícia veio a público no dia 11 de janeiro.

Só que a caricatura que ilustra a charge não é de Fernando Henrique Cardoso, mas do também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nada teve a ver com o episódio. “O chargista Marco Aurélio trocou Fernando Henrique Cardoso por Lula na charge de sexta-feira. Zero Hora pede desculpas a seus leitores”, dizia o texto publicado na segunda-feira seguinte à “barriga” do jornalista.

“É uma situação inusitada, um fato inédito no mundo: o jornal pede desculpas por um erro em uma charge! Uma charge pode ser ruim, agressiva, equivocada. Mas não existe uma charge errada, porque não é possível um jornal errar a opinião”, surpreende-se o também chargista e presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Augusto Schröder.

Embora Marco Aurélio ocupe um espaço de opinião, o desenho desinformava o leitor. “É como um erro grave de um médico, é inadmissível”, complementa o presidente da Fenaj.

Procurado pela Carta Maior, o grupo RBS não explicou a que se deveu o equívoco e nem por quantas pessoas o desenho passou antes de finalmente ser impresso no corpo do jornal. Mas afirmou, por e-mail, que vai tomar “providências para que o episódio não volte a acontecer”, sublinhando que o jornal mantém “um rígido processo de checagem das informações, que está em constante aprimoramento”.

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O jornal mantém "um rígido processo de checagem das informações, que está em constante aprimoramento". Zero, ora.

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