Tom Janssen.
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Grécia chacoalha a Europa:
O triunfo do Syriza, de Alexis Tsipras, futuro primeiro-ministro da Grécia,
representa mais que a inédita vitória, em solo europeu, de corrente inimiga da
estratégia de austeridade.
A envergadura histórica dos resultados
eleitorais vai além: pela primeira vez desde o final da União Soviética, um
partido de esquerda, anticapitalista, conquista o governo de uma nação do velho
continente.
A vida política da região esteve marcada,
desde os anos noventa, pela dança de cadeiras entre duas variáveis do
neoliberalismo: a conservadora e a social-democrata.
A exceção é o
nacionalismo russo de Putin e outros Estados menores, ex-integrantes do antigo
espaço soviético, mas cuja identidade não está marcada por paradigmas
socialistas.
As agremiações sociais-democratas, contudo, foram
paulatinamente deixando de ser expressões reformistas do campo progressista para
se converterem em opção mais branda da hegemonia do capital
financeiro.
Suas gestões pouco ou nada se diferenciam, no fundamental, do
que é defendido e praticado por legendas propriamente de direita. Chegam mesmo a
compor governos de unidade nacional, como é caso alemão e o da própria Grécia
até este domingo (25/01).
O Pasok, aliás, virou pó, com menos de 5% dos
votos, com os eleitores esculachando a aliança de governo dos sociais-democratas
com a principal legenda da direita, a Nova Democracia.
O fato é que a
esquerda europeia esteve circunscrita, antes da ascensão do Syriza, a papel
secundário, desempenhado por partidos comunistas e outros grupos com sérias
dificuldades para se viabilizarem como alternativa de poder.
O jogo,
agora, mudou.
O Syriza (em grego, abreviatura para Coligação da Esquerda
Radical) tem fisionomia semelhante ao PT brasileiro.
Mais do que partido
clássico, trata-se de frente orgânica. Aglutina inúmeras correntes, em espectro
que vai do trotsquismo à social-democracia, ao redor de um programa de caráter
socialista.
Sua principal força propulsora são os movimentos sociais e
populares que se rebelaram contra o garrote financeiro imposto sobre a Grécia
desde a crise de 2010.
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(Para continuar a leitura de "Vitória da esquerda grega chacoalha Europa", de Breno Altman, clique AQUI).
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
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