sábado, 24 de janeiro de 2015

DA SÉRIE ENFOQUES CURIOSOS SOBRE EVENTOS CRUCIAIS

              Pearl Harbor, 30 de outubro de 1941.

O mito de Pearl Harbor

Por JNS, Jornal GGN

(Como a gigantesca armada japonesa foi capaz de viajar milhares de quilômetros do Japão ao Havaí sem ser detectada?)

O que é ensinado às crianças nas escolas: “Na manhã de domingo, 07 de dezembro de 1941, os japoneses lançaram um ataque surpresa contra Pearl Harbor, que dizimou a frota americana no Oceano Pacífico e forçou os Estados Unidos a entrar na Segunda Guerra Mundial.”

Mas, com exceção para a data, tudo o que você acabou de ler é uma farsa. Na realidade, não houve ataque furtivo. A Frota do Pacífico estava longe de ser destruída. E, além disso, os Estados Unidos fez um grande esforço para facilitar o ataque.

No dia 27 de janeiro de 1941, Joseph C. Grew, o embaixador dos EUA para o Japão, enviou uma mensagem para Washington afirmando que ele tinha descoberto que o Japão estava se preparando para ataca Pearl Harbor.

Em 24 de setembro, um despacho da inteligência naval japonesa, para o cônsul geral do Japão em Honolulu foi decifrado.

A transmissão revelava um pedido de uma grade com as localizações exatas de todos os navios em Pearl Harbour.

Surpreendentemente, Washington optou por não compartilhar essas informações com os oficiais em Pearl Harbor.

Em seguida, em 26 de novembro, o corpo principal da força de ataque japonês (que consiste em seis porta-aviões, dois navios de guerra, três cruzadores, destróieres nove, oito navios-tanque, 23 submarinos da frota e cinco mini-submarinos) partiu para do Japão para o Havaí.

A transcrição das informações de muitas expedições, interceptada e traduzida pela inteligência da Marinha dos EUA, desmente o mito que a força de ataque manteve um rigoroso silêncio nas comunicações de rádio.

Os documentos mostram que não havia escassez de despachos, considerando-se que Tóquio enviou mais de 1000 transmissões para a frota de ataque antes de atingir o Havaí.

Algumas dessas expedições, em particular a mensagem do almirante Yamamoto, não deixou dúvidas de que Pearl Harbor era o alvo de um ataque japonês: "A força-tarefa, mantendo o seu movimento estritamente secreto e mantendo estreita guarda contra submarinos e aviões, deve avançar para as águas havaianas, e, para abrir as hostilidades, deve atacar a principal força da frota dos Estados Unidos e aplicar um golpe mortal. O primeiro ataque aéreo está previsto para a madrugada de X-dia - data exata a ser dada pela ordenança mais tarde".

Inclusive, na mesma noite antes do ataque, a inteligência dos EUA decodificou uma mensagem apontando para domingo de manhã, como o prazo estabelecido para algum tipo de ação japonesa.

A mensagem foi entregue ao alto comando em Washington mais de quatro horas antes do ataque a Pearl Harbor.

Mas, como muitas mensagens antes, a informação não foi transmitida ao alto comando em Pearl Harbor.

Embora muitos navios tenham sido danificados em Pearl Harbour, todos eles eram ultrapassados e lentos.


Os principais alvos da frota de ataque japonês foram os porta-aviões da Frota do Pacífico, mas Roosevelt fez com que estes ficassem a salvo do ataque: em novembro, mais ou menos no mesmo momento que a frota de ataque japonesa deixou o Japão, Roosevelt enviou o Lexington e o Enterprise para uma missão fora de Pearl Harbor, enquanto o Saratoga permanecia em San Diego.

Por que Pearl Harbor aconteceu?

Roosevelt queria uma fatia da torta da guerra, após falhar a isca Hitler.

Após dar 50 bilhões de dólares em suprimentos de guerra à Grã-Bretanha, à União Soviética, França e China, como parte do programa Lend Lease, Roosevelt mudou o foco para o Japão.

Roosevelt sabia que guerra com o Japão era uma porta traseira legítima para se juntar a guerra na Europa, após o Japão ter assinado um pacto de defesa mútua com a Alemanha e a Itália.

Em 7 de outubro de 1940, um dos conselheiros militares de Roosevelt, o tenente-comandante Arthur McCollum, escreveu um memorando detalhando um plano de 8 etapas que provocaria o ataque do Japão aos Estados Unidos.

Durante o ano seguinte, Roosevelt implementou todos as oito ações recomendadas por McCollum e, no verão de 1941, os EUA entraram, junto com a Inglaterra, com um embargo de petróleo contra o Japão.

O Japão precisava de óleo para a sua guerra com a China e não tinha outra opção, a não ser a invasão das Índias Orientais e o Sudeste da Ásia para obter novos recursos de energia.

Em primeiro lugar, para fazer isso, era necessário se livrar da Frota dos EUA no Pacífico.

Embora Roosevelt pudesse ter conseguido mais do que esperava, ele deixou claro que o ataque a Pearl Harbor aconteceria e até ajudou o Japão ter certeza que seu ataque seria uma surpresa.
Ele fez isso ocultando as informações dos comandantes de Pearl Harbor e até mesmo para garantir que a força de ataque japonesa não fosse descoberta acidentalmente pelo tráfego marítimo comercial.

O contra-almirante Richmond Kelly Turner afirmou em 1941:

- Quando percebemos que a guerra era iminente, enviamos o tráfego para baixo, através do Estreito de Torres, de modo que a rota para força-tarefa japonesa ficasse limpa de todo o tráfego.

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(Fonte: aqui).
Mais informações:
http://www.historynet.com/pearl-harbor
http://archive.org/stream/pearlharborattac35unit/pearlharborattac35unit_djvu.txt
http://www.washingtonpost.com/opinions/five-myths-about-pearl-harbor/2011/11/23/gIQAbdKrLO_story.html

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"...no verão de 1941, os EUA entraram, junto com a Inglaterra, com um embargo de petróleo contra o Japão." - Eis uma das particularidades destacadas no texto acima.

Petróleo, petróleo, petróleo... é o que está no olho dos furacões que grassam pelo mundo. O Brasil, por exemplo, vê ameaçados seus interesses quanto ao pré-sal, visado por empresas estrangeiras. O México já perdeu seu domínio sobre o petróleo. Presentemente, está em curso a ação de Tio Sam contra o Irã, a Venezuela, a Rússia e outros, visando à sua derrocada mediante a baixa radical do preço do petróleo, para o que a Arábia Saudita foi convencida (por Tio Sam) a manter/aumentar a oferta mesmo diante da redução da demanda mundial. Resta saber como se desenrolarão os acontecimentos após a morte do parceiro de Tio Sam.

(Por falar em Arábia Saudita, veja aqui o que diz o The Guardian sobre o recém falecido ditador daquele país, algo que difere, e muito, do relato feito pela mídia nacional, especialmente o JN).

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