Precipitada, Folha conta R$ 86,5 bilhões a mais de prejuízo de corrupção na Petrobras
Reportagem da Folha de S. Paulo desta manhã (29) divulgou que, segundo uma nota da presidente da Petrobras, Graça Foster, seria preciso cortar R$ 89 bilhões do valor de ativos, sem definição do quanto poderia ser corrupção. Essa quantia foi calculada por empresas contratadas para balizar a subtração no balanço da Petrobras. Ainda que sem comprovações exatas, o jornal publicou que o cálculo seria de "propina e superfaturamento no esquema de corrupção da estatal".
Os R$ 88,6 bilhões - que a Folha arredondou para R$ 89 na manchete principal da capa da edição - representam 15% de R$ 600 bilhões em ativo imobilizado da estatal. O valor foi apresentado na reunião do conselho de administração, nesta terça-feira (27).
Entretanto, os dados apurados pela Polícia Federal e Ministério Público Federal, na investigação da Lava Jato, foram outros. O balanço recente mostra um desvio de R$ 2,1 bilhões da Petrobras, e foi publicado em um infográfico da nova página do MPF sobre a Operação.
De acordo com os dados, estes sim apurados, do total, R$ 450 milhões foram recuperados e R$ 200 milhões em bens estão bloqueados, por determinação da Justiça.
A Folha de S. Paulo, que também publicou outra nota depois da edição impressa, justificou que o novo valor, R$ 86,5 bilhões a menos do que havia divulgado, "refere-se somente aos crimes já denunciados". "Caso novas denúncias sejam apresentadas à Justiça, o montante pode aumentar", coloca o jornal tentando validar a manchete errada já estampada em seus exemplares, no lead de nova reportagem.
Ao final, a notícia inserida na versão online reforça a tese: "o prejuízo à Petrobras com os crimes investigados deve aumentar", explicando que o procurador da República Deltan Dallagnol, um dos integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato no MPF, havia afirmado ao jornal O Globo que o rombo da corrupção na estatal pode ultrapassar R$ 5 bilhões, apenas na área de Abastecimento. (Fonte: aqui).
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Quando o assunto é isenção midiática, a areia movediça domina a paisagem. Chega a ser comovente a solidariedade entre as empresas de comunicação: todas elas silenciaram quanto ao destempero da Folha.
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