sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

DA SÉRIE MEGA MIOPIA JORNALÍSTICA (II)


"A decisão de divulgar o balanço financeiro trimestral da Petrobras sem contabilizar as perdas envolvendo dos desvios de dinheiro decorrentes dos esquemas investigados pela Operação Lava Jato teria tido "o dedo do Palácio do Planalto". A presidente Dilma Rousseff acompanhou pessoalmente o assunto, diz O Estado de S. Paulo em matéria sem fonte.

Segundo o jornal, incluir o prejuízo no balanço da estatal foi avaliado como um risco à empresa, "que poderia ter suas contas rejeitadas por CVM e SEC, com sérias consequências para sua diretoria e conselheiros".

O Planalto teria avaliado também que abordar o tal prejuízo sem previsão seria "chancelar" um dado que ninguém, na verdade, sabe precisar. "Dentro desse raciocínio, a decisão foi de que o melhor é não apresentar nenhum dado, por ora, até se encontrar o método considerado aceitável de precisão de cálculo", diz o off.

Na quarta-feira (28), o jornal O Globo publicou uma entrevista com o procurador da República no Paraná Deltan Dallagnol, que atua na Operação Lava Jato. Segundo ele, ainda é difícil cravar um número que represente os desvios que ocorreram na Petrobras.

"Existem estimativas feitas na imprensa de que o valor do prejuízo seria superior a 10 bilhões de reais. Contudo, a fonte desse número são relatórios do COAF sobre movimentações suspeitas, relativas a diversos investigados e não necessariamente relacionadas à Petrobras. É difícil fazer uma estimativa, mas alguns parâmetros apontam hoje para prejuízos superiores a 5 bilhões de reais apenas na área de abastecimento. Não podemos esquecer que houve corrupção já comprovada também na área internacional, o que pode elevar a estimativa", comentou."




(Do Jornal GGN, post intitulado "Dilma orientou exclusão de perdas do balanço da Petrobras, diz jornal". As perdas por corrupção poderão chegar ao absurdo montante de R$ 10 bilhões - presentemente chegam a R$ 2,1 bilhões, segundo o MPF -, ainda assim bem inferior aos R$ 88 bilhões que a Folha de São Paulo 'deu a entender' que corresponderiam à realidade - quando na verdade tal montante engloba perdas patrimoniais decorrentes de outros fatores, como a incorreta compra de equipamentos por valor superior ao cabível. Seja lá como for, a mega miopia da Folha já produziu efeitos: a queda acentuada na cotação das ações e a versão de que as perdas por corrupção alcançaram R$ 88 bilhões, isso entre o povão, que depois dessa poderá, quem sabe?, reagir positivamente quanto a eventual privatização da Petrobras...).  

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