domingo, 21 de setembro de 2014
BRASIL: O PNAD APÓS AS CORREÇÕES DEVIDAS
Dados corretos do PNAD mostram que a desigualdade caiu no país de 2012 para 2013
Por Marcello Casal
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na noite de hoje (19) uma correção da análise de dados e microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada ontem (18), o que levou a erro em alguns resultados das estimativas. O índice de Gini, por exemplo, que mede a desigualdade no país, em 2012 estava em 0,496 e, em 2013, caiu para 0,495, o que mostra redução na desigualdade, ao invés do aumento para 0,498 divulgado ontem.
Apesar de o percentual de pessoas que ganham até um salário mínimo ter ficado em 25,2% da população ocupada em 2013, e não 24,8%, a desigualdade diminuiu porque a taxa dos que ganham de cinco a 20 salários mínimos passou de 7,6% para 7,3% entre as duas análises e os que recebem mais de 20 salários mínimos permaneceu em 0,7%.
De acordo com o diretor de Pesquisa do instituto, Roberto Luís Olinto Ramos, todos os dados puros estão corretos, mas houve um erro técnico que superestimou a população das regiões metropolitanas do país, o que influenciou em outros dados, como o índice de Gini.
"Basicamente o que aconteceu foi um erro técnico que afetou alguns estados e algumas variáveis. A pesquisa é por amostra, não cobre a população inteira. Existe um processo onde você pega a amostra e projeta com um peso. Da amostra para o todo, houve um problema restrito às regiões metropolitanas de sete estados que têm mais de uma região metropolitana, onde foi considerado o peso da região metropolitana do estado inteiro, e não apenas o da capital".
O problema ocorreu nos estados do Ceará, de Pernambuco, da Bahia, de Minas Gerais, de São Paulo, do Paraná e do Rio Grande do Sul, onde existem regiões metropolitanas nas capitais e também em outros municípios, e levou à mudança nas análises nacionais, além das regionais. (...).
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Houve redução da desigualdade, ponto.
Tão logo divulgados os dados incorretamente apontados pelo IBGE, as oposições teceram críticas ferozes em face da estagnação da desigualdade verificada de 2012 para 2013. Reforçando as oposições, a mídia deitou e rolou: letras garrafais sobre o fracasso. A Folha chegou até a alardear que a desigualdade "aumentou", para em seguida retificar para "estagnou".
Eis que agora, constatado que houve redução da desigualdade, o que demonstra a eficácia das políticas adotadas pelo Brasil, o bloco opositor, decepcionado, se concentra na "incompetência do IBGE", e fim de papo.
Seria de bom tom o bloco opositor ser contemplado com a seguinte indagação: "Sim, mas, e quanto ao fato de ter havido redução da desigualdade, o que você tem a dizer?"
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