Teorizando as teorias
Você já parou para pensar sobre o que é uma teoria? Como nasce uma teoria? Como se valida ou invalida uma teoria?
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Comecemos do princípio: o que são teorias?
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Teorias são ideias, ideias são teorias.
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As teorias podem ser simples, podem ser complexas, podem ser praticáveis, podem ser impraticáveis, podem ser utilizáveis, podem ser inutilizáveis, podem funcionar, podem não funcionar, podem chegar a conclusões inesperadas, enfim, podem, ou não, dar respostas satisfatórias para solucionar os problemas que são apresentados.
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Tudo depende da possibilidade ou não de se traduzir essa ideia em algo mensurável.
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Como nasce uma teoria, afinal?
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Toda teoria nasce fundamentalmente como algo de caráter filosófico, ela nasce de um experimento mental, uma ferramenta imaginativa do nosso intelecto, que tenta responder a uma pergunta, que traduzirá o que vemos na tentativa de explicá-lo e/ou melhorá-lo.
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Uma teoria nasce filosoficamente, como a possível resposta a uma pergunta, e que é resultado de uma série de observações, e as suas conclusões deverão passar pelo crivo da experimentação para tornar-se uma teoria científica.
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O ser humano observa o mundo a sua volta e se pergunta: como ele “funciona”, como podemos explicá-lo, como podemos melhorá-lo, como podemos aprender com ele, como podemos tirar melhor proveito dele?
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A partir do momento em que a resposta se cristaliza em nossa mente, esta resposta ainda é uma resposta fundamentalmente filosófica.
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A verificação dessa resposta por meio de experimentos é que fará com que essa resposta saia do âmbito filosófico para o âmbito da realidade.
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Um bom exemplo de como nasce uma teoria, é o caso de Einstein. Ele desenvolveu suas teorias da relatividade restrita e geral, na tentativa de responder as seguintes perguntas: “O que aconteceria, se ele viajasse à mesma velocidade que a luz? O que ele veria ao se emparelhar lado a lado com um dos fótons que compõe essa luz e olhasse diretamente para esse fóton?”
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Através da imaginação criativa, ele fez essa viagem, e na volta dela, trouxe a bagagem necessária contendo as informações para desenvolver as teorias, as possíveis respostas para as perguntas formuladas.
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A resposta cristalizou-se no ano de 1905, mas, ainda assim, era uma resposta puramente filosófica, que só pode tornar-se uma parte de uma resposta científica, em 1918, quando através de experimentos, se comprovou uma de suas teorias.
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Uma teoria filosófica só se torna uma teoria científica quando passa pelo crivo da experimentação.
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Os experimentos irão indicar uma das possibilidades abaixo:
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1 ) A ideia está errada, pois não corresponde com a realidade observável.
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2 ) A ideia está correta, pois corresponde com a realidade observável.
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3) A ideia ainda não pode ser comprovada, por falta de melhores recursos experimentais que a comprovem ou desaprovem.
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4) A pergunta que deu origem à ideia está formulada de forma correta, mas a interpretação de sua resposta experimental está incorreta.
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5) A pergunta que deu origem à ideia está formulada de forma errada, mas a interpretação de sua resposta experimental está correta.
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Isso acaba virando um tremendo balaio de gatos, uma vez que se podem tirar conclusões corretas por meios errados, e tirar conclusões erradas por meios corretos.
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Felizmente, existe a pesquisa incessante da ciência, para colocar os pingos nos devidos “Is”, mas, muitas vezes, perceber a ilusão de uma resposta errada que se acredita estar certa pode levar décadas para ser entendida e finalmente corrigida.
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Isso acontece porque muitas vezes, ao observamos um determinado fenômeno, não termos a tecnologia ideal para medir esse fenômeno, então nos baseamos em dados probabilísticos. Para chegar a uma resposta mais ou menos correta.
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O outro problema, é que muitas vezes ao observamos um determinado fenômeno, lhe atribuímos a uma causa errada, por acreditarmos que é essa causa, que geraria este fenômeno.
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Mas, basicamente, se a ideia não pode ser comprovada plenamente, ou somente parte dela pode ser confirmada, ela então, permanece apenas como teoria parcialmente filosófica e não totalmente científica.
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Esse é o caso, por exemplo, da teoria Padrão, mais conhecida como “teoria do Big Bang”, ela explica muitas coisas corretamente, isso é, muitas de suas respostas foram comprovadas experimentalmente, mas em compensação deixa um monte de lacunas sem resposta, ou perguntas mal respondidas, criando mais perguntas sem respostas ou com respostas ainda não mensuráveis. Isso a coloca, então, no hall das teorias mais filosóficas do que científicas, indicando que ela pode ser substituída futuramente por uma nova e melhor teoria.
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Agora, se uma ideia for comprovadamente falha e não responder satisfatoriamente e plenamente a uma pergunta, ela pode ser definitivamente descartada e não se fala mais nisso, ok? Não adianta tentar ressuscitar um morto, ele está morto e por mais fé que você tenha nessa teoria, ela não andará com os próprios pés. Então, descarte a teoria e tente criar uma nova e mais satisfatória teoria. (...).
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