Por Fernando Horta (No GGN)
Não há parâmetro de comparação, na História Contemporânea do Brasil, para os crimes institucionais de Moro e Dallagnol. Hoje à tarde, o The Intercept liberou as quatro primeiras reportagens sobre as conversas em grupos secretos de redes sociais entre Moro, Dallagnol e os procuradores da Lava a Jato. O material, que segundo Glenn Greenwald, é “apenas” uma pequena parte do material que receberam.
Richard Nixon, nos EUA, precisou renunciar por ter autorizado a escuta de uma convenção política do partido contrário. Ferdinand Marcos, em 1988 nas Filipinas foi obrigado a sair do governo após perder as eleições e tentar um golpe. Sílvio Berlusconi, em 2011, em função de uma série de escândalos sexuais e pressões políticas. Estes são os eventos mais próximos do absurdo que estamos vivendo que eu consegui rememorar. Nenhum deles, entretanto tem a profundidade dos crimes de Moro e Dallagnol.
O material liberado pelo The Intercept mostra conchavos entre o juiz e os procuradores desde 2013. Não são apenas “combinações” de ações jurídicas – o que já seria motivo de anulação e processos criminais a ambos – é uma verdadeira operação lesa-pátria contra o Brasil, seu povo, Lula e o Partido dos Trabalhadores. Por mais de cinco anos houve um verdadeiro conluio entre agentes do judiciário com explícito objetivo de retirar o Partido dos Trabalhadores do poder e, provavelmente, eleger Jair Bolsonaro. São cinco anos de crimes ininterruptos, planos escusos, mensagens sórdidas, combinações e maquinações ilegais junto com o grampo de TODOS os defensores do presidente e de suas pessoas mais próximas. É um caso tão escabroso que não há como imaginar os resultados desta ação.
Na prática, Moro e Dallagnol transformaram o judiciário brasileiro numa arma política contra aqueles que eles julgavam ser seus inimigos. O que antes era uma “teoria da conspiração” se mostrou uma realidade mais sórdida do que se poderia imaginar. Os espurcos juiz e procurador terminaram por eleger o mais incompetente e incapaz presidente da História Contemporânea. E as combinações no material mostram que havia um projeto político para calar Lula, evitar que ele falasse e concorresse e tudo mais de nefasto e criminoso que você puder imaginar. Tudo digitado, escrito, assinado … não são suposições, não é convicção … é a realidade da célula criminosa chamada “República de Curitiba”.
A julgar pelo mal que fizeram ao povo e ao Brasil, com a entrega do pré-sal, a prisão de inúmeros inocentes, a destruição de empresas brasileiras, a criação de milhões de desempregados e a alteração visível na democracia brasileira, Moro e Dallagnol poderiam ser enquadrados na lei contra o terrorismo. Segundo a lei 13260 de 16 de março de 2016 é terrorismo a “prática por um ou mais indivíduos” do ato de “sabotar o funcionamento” de “instalações públicas”. É claro que não se está apenas falando da materialidade da “instalação”. A institucionalidade brasileira foi tão esgarçada pelos crimes de Moro e Dallagnol que é difícil conceber um ato mais danoso ou Brasil.
O conluio criminoso do procurador e do ex-juiz não só responsável pela prisão de inocentes como Lula, mas pela deterioração da vida dos brasileiros, o descontrole dos preços de gasolina, gás e luz, o desemprego, a recessão e a eleição deste governo nefasto. Está tudo imbricado nos crimes seminais de Moro e Dallagnol.
A pergunta agora é: Onde estamos? Onde este escabroso caso nos deixa? A inação do STF permitiu tudo acontecer até aqui. As “espadas endurecidas” e os “cavalos ensebados” dos militares verde-vômito do Brasil foram respaldo. Mas e agora? Diante de tamanha pachorra, de tamanho disparate… onde estamos?
Certamente é dever de todo brasileiro estar na rua. Não há violência física que seja comparável ao que Moro e Dallagnol fizeram. Não há quebra de janela, incêndio de prédio ou carro que possa se assemelhar minimamente à violência criminosa destes dois canalhas.
Onde estamos?
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