segunda-feira, 6 de maio de 2019

SOBRE O MARASMO INTENSIVO E EXTENSIVO


"(...) Todos os números que importam, na síntese que retrata a situação do Brasil, estão negativos. A derrocada é extensiva e intensiva. Paulo Guedes, na verdade, está voando entre os astros, distraído. A desculpa é a espera da "reforma da Previdência", como se fosse um milagre que a tudo ativaria, inclusive a Paulo Guedes.

Ou como se nada fosse factível antes de tal milagre.

Vez ou outra, para mostrar-se vivo, um acréscimo à lenga-lenga. Agora, "o governo prepara a privatização do gás para baixar o preço". O gás é mesmo muito caro. Mas nada do que foi privatizado teve o custo reduzido para o consumidor. E atribuir à privatização do gás mais 12 milhões de empregos em dez anos é uma apelação com cinismo excessivo. A Petrobras está sendo liquidada sem que os vendedores encontrem reação. Logo, dispensem-se as tapeações.

Bolsonaro só pode propor o que, para o nível presidencial, são miudezas de segundo e terceiro escalão, como as fotomultas nas estradas e a duração da carteira de motorista. Paulo Guedes aceitou a tarefa de supri-lo. Mas parece até se esconder dos números negativos, em vez de os enfrentar. Nunca tem nem sequer o que dizer a respeito, como é de sua obrigação com os cidadãos. (...)."





(De Janio de Freitas, trecho da coluna "Outras histórias", publicada na edição de ontem, 5, da Folha.

De fato, o marasmo é extenso e intenso, sob o manto da expectativa da 'nova Previdência'. Como se a aprovação da reforma assegurasse desde logo a elevação do poder aquisitivo da população, com a consequente ampliação do consumo, da arrecadação e dos investimentos públicos e privados. Aliás, quando parte das despesas de custeio começa a ser coberta com a 'receita' auferida com a venda de itens do patrimônio nacional, o sinal amarelo dá mostras de mudar de cor...). 

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