quarta-feira, 23 de março de 2016

A DECISÃO DE TEORI


Teori escreveu uma das mais belas páginas da história do STF ao enquadrar Moro e Gilmar

Por Paulo Nogueira

Ao dar um cala-boca em Moro e Gilmar Mendes a um só tempos, o ministro Teori Zavascki escreveu uma das mais belas e mais corajosas páginas da história do STF.

O STF e a Justiça em geral tinham sido sequestrados por Gilmar e Moro – mais a Globo – para impor ao país um golpe que representaria um retrocesso brutal das instituições nacionais.

Teori pediu satisfações a Moro por seu grampo indecente e fez letra morta da decisão abjeta de Gilmar de entregar a cabeça de Lula na bandeja de Moro.

Tempos desesperadores impõem medidas extraordinárias, e foi isso que Teori fez.
Seu gesto épico foi precedido, durante o dia, por uma manifestação enérgica de Janot contra a partidarização do Ministério Público.

Partidarizar a Justiça é estuprá-la, e é isso que Gilmar e Moro vinham fazendo sem resistência nenhuma na corte suprema brasileira.

Mais uma vez, aí, foi um recado direto a Moro e a Gilmar. “A Lava Jato não vai salvar o país”, disse Janot. Vai, aliás, jogá-lo numa guerra civil fraticida se continuar desse jeito.

Ambos, Moro e Gilmar, perderam completamente o equilíbrio nas últimas semanas.

Moro imaginou que o apoio irrestrito da Globo lhe permitiria fazer tudo – incluído aí passar um grampo criminoso para os irmãos Marinhos e promover uma caçada assassina contra o maior líder político desde Getúlio Vargas.

Gilmar, ensandecido, conseguiu dizer que não havia nada de mais em se encontrar com Serra no mesmo dia em que passou Lula a Moro para que este pudesse prendê-lo.

Se um juiz do STF acha que política e Justiça podem se misturar é porque a Justiça está morta.

Por isso é preciso celebrar o gesto de Zavascki. Não por favorecer Lula, ou o governo, ou o que for – mas para preservar a civilização e a democracia no Brasil.

Na prática, Zavascki chamou o golpe de golpe, e nada poderia ser mais duro para os golpistas neste momento do que isso.

É um primeiro e essencial passo.

O serviço só estará completo quando aberrações como Moro e Gilmar, e tantos procuradores que mancharam a honra da Justiça ao atuar como políticos, forem erradicados da cena jurídica nacional.
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(Paulo Nogueira é jornalista,  fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo - AQUI).

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E eis que da blogosfera vem a notícia de que o MPF teria recusado a oferta de delação premiada definitiva feita pela Odebrecht, que efetuou doações a algo em torno de 200 políticos, parte dos quais integrantes de partidos contrários ao governo federal. A possibilidade da ocorrência de tal delação, meses atrás, contou com simpatia desmedida de grupos midiáticos, revista Veja à frente, mas agora o desprezo é evidente. Por que será? Planilhas fornidas foram disponibilizadas a setores da mídia, que as divulgaram, a exemplo do que se vê AQUI, e o juiz da Lava Jato já teria determinado o segredo de justiça..

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