"O banco britânico HSBC, que montou um sofisticado esquema criminoso para beneficiar sonegadores ricaços de vários países – inclusive do Brasil –, anunciou nesta terça-feira (9) a demissão de 50 mil trabalhadores de suas agências no mundo inteiro e o encerramento das suas atividades no Brasil e na Turquia. Segundo as agências internacionais de notícias, estas mudanças abruptas visam "reduzir os custos operacionais" em US$ 5 bilhões e capitalizar a instituição financeira, que sofreu forte desgaste com a descoberta dos golpes da sua filial suíça – no escândalo já conhecido como Swissleaks.
O impacto dos cortes será drástico no Brasil, onde o banco
britânico é hoje o sexto maior em ativos, possui 853 agências focadas na tal
"clientela de alta renda" e emprega 21.479 bancários. O HSBC ainda é
proprietário da financeira Losango, que financia compras na agência de turismo
CVC e nas lojas Hering e Colombo. Moral de mais esta história podre do
capitalismo:
1- O banco monta esquemas criminosos para beneficiar bilionários, que
sonegam impostos e remetem ilegalmente a grana para contas secretas na
Suíça.
2- Além de empresários e celebridades globais, o esquema beneficia
traficantes de armas e drogas e outros larápios.
3- A imprensa rentista oculta totalmente o escândalo – que inclusive
envolve alguns barões da mídia e alguns jornalistas de renome. A lista dos
sonegadores brasileiros segue nas mãos de serviçais do UOL e do jornal O Globo,
que mantêm total segredo das maracutaias.
4- O HSBC corta "custos operacionais" e mantém os altos lucros dos
banqueiros. No caso do Brasil, já há boatos de que suas operações serão
negociadas com o Bradesco ou Itaú.
5- E quem paga a conta por toda esta sujeira são os trabalhadores, que são
demitidos sumariamente.
Em tempo: Ao noticiar as "mudanças no HSBC", o jornal
Estadão – que está totalmente endividado e é refém dos
banqueiros – ainda teve a caradura de culpar o governo Dilma pelo
encerramento de suas atividades. "A pequena abertura do Brasil ao comércio
internacional e a falta de escala no mercado brasileiro explicam a decisão do
HSBC de deixar o Brasil", afirma o diário nesta terça-feira. Ainda deu espaço
para o bandido Stuart Gulliver, executivo-chefe do HSBC, que criticou o Brasil e
elogiou o México colonizado e neoliberal. "Brasil e Turquia são economias mais
fechadas... O quadro é diferente no México, onde a economia é aberta, há 11
reformas em curso e está ligado aos EUA".
O Estadão sequer citou o escândalo do Swissleaks ou os traumas decorrentes dos crimes do HSBC em outras partes do mundo. Haja servilismo diante dos agiotas financeiros e complexo de vira-lata."
(De Altamiro Borges, em seu blog, post intitulado "HSBC ajuda sonegador e demite bancários" - aqui.
A imprensa, se quisesse, poderia:
a) ter destacado o fato de que a relação dos nomes dos cerca de seis mil correntistas brasileiros detentores de contas secretas na filial suíça do HSBC foi disponibilizada às autoridades brasileiras, não pelo HSBC, mas pelo governo da França, terra do ex-funcionário do banco que realizou o vazamento - e para onde ele fugiu após apropriar-se da lista;
b) ter oferecido detalhes sobre os próximos passos de autoridades europeias e norte-americanas relativamente a atos do banco naquelas praças;
c) haver informado que providências estariam - ou estão - na pauta da Receita Federal brasileira e da CPI do SwissLeaks. Mas, pensando bem, uma vez que a CPI 'passou batida' pela mídia desde sua instalação, a informação seria irrelevante, ou poderia até despertar estranheza: "Ué!, havia uma CPI em andamento?! E por que razão eu só estou sabendo agora? Que imprensa é essa?!"
E assim chegamos à velha conclusão: Quando a coisa interessa, tudo acaba se ajeitando).
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