terça-feira, 16 de junho de 2015

SOBRE PENDURICALHOS E PRIVILÉGIOS

                            Penduricalhos do Judiciário (e MP): fora da curva.
Iotti.
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Pior que a imoralidade dos salários é que juízes e promotores 'se absolvam' do abuso

A reportagem de Raphael Gomide e Lívia Salles, na Época  – se a apuração dos dados está correta, o que é provável, porque compatível com os dados parciais que, aqui e ali, começam a ser divulgados –  mostrando que a média salarial dos juízes e promotores estaduais – vejam bem, média! – supera os R$ 40 mil mensais não é escandalosa  simplesmente porque somos um país pobre, onde faltam recursos para dar ao serviço público a qualidade devida como, sobretudo, porque corrompeu moralmente o senso de equilíbrio do poder contra o qual cidadão algum pode insurgir-se, senão dentro daquela que deixou de ser uma magistratura para, antes disso, ser uma corporação de privilégios.

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O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), João Ricardo dos Santos Costa, diz claramente que foram dados “jeitinhos”, com as benesses autoconcedidas, para serem remunerados “aparentemente acima do teto” e tem a cara-dura de dizer que estas “são vias legais que a carreira buscou de complementar os reajustes para recompor o salário, de acordo com a norma constitucional”. Na mesma indecorosa linha vai a presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Norma Cavalcanti,  ao dizer que “os penduricalhos são a busca da correção” e que, concedidos por lei, são pagos “enquanto o STF não disser que é ilegal” e que nem assim serão devolvido. (...).

(O texto completo está aqui).

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A mídia brasileira não é pródiga em matérias críticas ao Judiciário e Ministério Público em questões salariais e penduricalhos, mas o fato é que elas existem (não na TV, claro, e, em tal âmbito, muito menos no JN). Mas quando as críticas ocorrem os representantes das categorias, AMB e CONAMP, estranhamente silenciam a respeito. Um exemplo: a fonte acima - blog Tijolaço - publicou em 06 de junho o post "Segue a farra togada: 'bocão' de R$ 38 mil de 'vale-alimentação' para juízes do RS". Mais uma vez, silêncio. Às vezes, convém dizer, o silêncio é eloquente.

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