quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

DECIFRANDO ALZHEIMER


Estudo mostra onde começa a doença de Alzheimer e como ela se espalha

Usando imagens de alta resolução geradas a partir de exames de ressonância magnética funcional (fMRI, na sigla em inglês) de pacientes com doença de Alzheimer e em ratos com a doença, pesquisadores da Columbia University Medical Center (CUMC) esclareceram três questões fundamentais sobre a doença de Alzheimer: onde começa, porque começa e como ela se espalha. A descoberta, publicada na revista Nature Neuroscience, pode melhorar a detecção precoce da doença e ajudar a criar medicamentos mais eficazes.

“Há anos, é conhecido que a doença de Alzheimer começa em uma região do cérebro conhecida como o córtex entorrinal. Mas este estudo é o primeiro a mostrar, em pacientes vivos, que a doença começa especificamente no córtex entorrinal lateral, ou LEC, que é considerada uma porta de entrada para o hipocampo, região que desempenha um papel fundamental na consolidação da memória a longo prazo, entre outras funções. Se o LEC é afetado, outros aspectos do hipocampo também serão afetados”, diz Scott A. Small, professor de neurologia e radiologia.

O estudo também mostra que, ao longo do tempo, os diferenciais de Alzheimer da LEC afetam diretamente outras áreas do córtex cerebral, em particular, do córtex parietal, uma região do cérebro envolvida em várias funções, incluindo a orientação espacial e de navegação. Os pesquisadores suspeitam que os diferenciais de Alzheimer comprometem a função dos neurônios da LEC, que, em seguida, comprometem a integridade dos neurônios em áreas adjacentes.

Uma terceira constatação importante do estudo é que a disfunção da LEC ocorre quando também há mudanças nas proteínas tau e amilóide. “A LEC é especialmente vulnerável à doença de Alzheimer, porque normalmente há acúmulo da [proteína] tau, o que sensibiliza a LEC ao acúmulo de amilóide. Juntas, essas duas proteínas podem danificar os neurônios, preparando o palco para a doença de Alzheimer”, explica Karen E. Duff, professora de patologia e biologia celular do Instituto Psiquiátrico do Estado de Nova York e coautora da pesquisa.

Mapeamento
No estudo, os pesquisadores usaram uma variante de alta resolução de fMRI para mapear defeitos metabólicos nos cérebros de 96 adultos inscritos no Washington Heights-Inwood Columbia Aging Project (WHICAP). Todos os adultos não tinha traços de demência no momento da inscrição. “O Estudo do WHICAP nos permite acompanhar um grande grupo de idosos saudáveis, alguns dos quais passaram a desenvolver a doença de Alzheimer. Este estudo nos dá uma oportunidade única de avaliar as imagens (das tomografias) e caracterizar os pacientes com a doença de Alzheimer em sua primeira fase pré-clínica”, afirma Small.

Os idosos participantes do estudo foram acompanhados por uma média de três anos e meio, período em que 12 deles foram diagnosticados em níveis de leves da doença de Alzheimer. Uma análise das imagens da linha de base do fMRI desses 12 indivíduos encontraram reduções significativas no volume sanguíneo cerebral (CBV, na sigla em inglês, que corresponde a uma medida de atividade metabólica) na região LEC, se comparadas com a dos 84 adultos que estavam livres de demência.

A segunda parte do estudo abordou o papel das proteínas tau e amilóide na disfunção da LEC. Enquanto estudos anteriores sugeriram que a disfunção do córtex entorrinal estava associada a alterações tanto da tau quanto da amilóide, não se sabia como essas proteínas interagiam para conduzir esta disfunção, particularmente no estado pré-clínico de Alzheimer.

Comparação de modelos
Para responder esta pergunta, a equipe criou três modelos de ratos: um com níveis elevados de tau na região LEC; um com níveis elevados de amilóide; e um com níveis elevados de ambas as proteínas. Os pesquisadores descobriram que a disfunção da LEC ocorreu apenas em ratos com ambas as taxas de tau e amilóide elevadas. O estudo tem implicações para a pesquisa e tratamento futuros.

“Agora que já identificamos onde começa a doença de Alzheimer, e mostrado que essas mudanças são observáveis usando fMRI, podemos ser capazes de detectar a doença de Alzheimer em sua primeira fase pré-clínica, quando a doença pode ser mais tratável e antes que se espalhe para outras regiões do cérebro”, afirma Small. Além disso, segundo os pesquisadores, o novo método de imagem de tomografia poderiam ser utilizados para avaliar a eficácia de fármacos promissores de Alzheimer durante as fases iniciais da doença.

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Uma planta amazônica, o Cumaru, pode ser a esperança:

http://noticias.terra.com.br/ciencia/pesquisa/vc-reporter-planta-amazonica-pode-ser-a-chave-da-cura-do-alzheimer - AQUI.

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