Como transformar 5% de crescimento de vendas em crise
Por Luis Nassif
As vendas em Shoppings Centers aumentaram 5% em 2013, segundo a associação do setor, próximo aos 6% de crescimento em 2012. Foram abertas novas lojas e, portanto, as vendas distribuídas entre mais lojas. Mesmo com o aparecimento de novas lojas, o faturamento das lojas antigas ficou estável. Ou seja, a expansão do consumo foi suficiente para garantir a entrada de novas lojas sem afetar o faturamento das anteriores.
Acima, a manchete do G1 ressaltando o crescimento das vendas totais.
Em seguida, da UOL, anunciando o pior Natal em cinco anos, com base na seguinte declaração: "Esse foi o pior Natal em cinco anos. Se não fosse o crescimento orgânico dos shoppings e as expansões, não teria havido crescimento nenhum", diz Nabil Sahyoun, presidente da Alshop.
Ou seja, se o faturamento não tivesse aumentado e os shoppings não tivessem crescido, não teria havido crescimento algum. Durma-se com essa qualidade de informação. (Fonte: aqui).
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Nada de novo no front: o portal do O Globo seguiu o mesmo 'raciocínio' do Uol.
(Ademais, nos detalhes a notícia revela uma particularidade que por si só poderia explicar expansão de vendas inferior à média dos últimos anos, sem que isso configurasse 'crise' ou 'recessão': "'O Brasil cresceu demais nos últimos quatro, cinco anos. Mais de 50 milhões de novos consumidores apareceram. Em 2009, eles compravam liquidificador, geladeira, televisão, porque não tinham. Agora, eles só repõem. É natural que aconteça uma acomodação', diz o diretor de relações institucionais da associação, Luís Augusto Ildelfonso da Silva." - aqui).
Segundo a E-bit, as vendas no período tiveram a contribuição da Black Friday, no dia 29 de novembro, quando o comércio eletrônico movimentou R$ 770 milhões, recorde de faturamento em um único dia de vendas. Segundo Pedro Guasti, diretor-geral da E-bit, os consumidores aproveitaram os descontos na Black Friday para antecipar a compra dos presentes.
Neste Natal, 10 milhões de pessoas compraram online e gastaram, em média, R$ 300 em cada pedido. A categoria mais vendida foi moda e acessórios, seguida por eletrodomésticos, telefonia e celulares, livros e informática."
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