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Juiz Federal critica Lava Jato e acusa Sergio Moro de atuação parcial, contextualizando declarações recentes do presidente Lula ao Fantástico
Após a entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao programa Fantástico, da Rede Globo, no último domingo (15), na qual criticou sua prisão e o tratamento recebido durante a Operação Lava Jato, o juiz federal Eduardo Appio reforçou essas críticas em entrevista ao programa Boa Noite 247. Appio afirmou que a emissora utilizou métodos semelhantes aos aplicados pela Lava Jato para distorcer fatos e causar danos à imagem de Lula.
“O método que a Globo utilizou é o mesmo método que Moro utilizou no processo judicial”, declarou Appio. Ele comparou a edição feita pela emissora durante a entrevista de Lula às manipulações processuais conduzidas por Sérgio Moro. “A fala do presidente Lula no interrogatório foi entrecortada, recortada e editada. Aqueles métodos da Lava Jato de Curitiba, a Globo faz o mesmo na via mediática.”
Durante o Fantástico, Lula criticou a falta de presunção de inocência em seu caso, afirmando: “Eu fui preso primeiro, para depois me defender.” Após essa declaração, a Globo interrompeu a exibição para afirmar que "houve participação da defesa de Lula em todas as etapas do julgamento". A resposta da emissora foi criticada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que acusou a Globo de omitir abusos processuais já reconhecidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Appio reforçou essas críticas, mencionando que a cobertura midiática contribuiu para a condenação injusta de Lula. “A mídia corporativa, principalmente empresas como a Globo e a Veja, cumpriram um papel crucial na divulgação de delações premiadas que depois se provaram armadas.”
Ele também criticou a falta de consequências judiciais para Sérgio Moro. "Se o juiz é suspeito, evidentemente aquilo está sujeito a um processo criminal. O uso indevido e doloso da jurisdição para finalidades próprias deveria ter gerado consequências disciplinares. Isso nunca aconteceu."
O juiz ainda desafiou antigos operadores da Lava Jato a abrirem seus sigilos bancários e fiscais para provar que não se beneficiaram financeiramente. “Eu desafio essa gente a abrir seus sigilos tributário e bancário. Que mostrem para toda a nação que não enriqueceram graças à Lava Jato.”
A fala de Appio também destacou a necessidade de uma investigação aprofundada sobre os bilhões de reais desviados da União, um tema que ele considera negligenciado tanto pela Justiça quanto pela mídia hegemônica. “Há um inquérito que investiga indícios de organização criminosa, peculato e corrupção envolvendo figuras centrais da operação”, revelou.
Encerrando a entrevista, Appio enfatizou que a prisão de Lula foi um “golpe branco” que alterou o curso das eleições de 2018, o que, segundo ele, contribuiu para a chegada de Jair Bolsonaro ao poder. "O resultado líquido de toda essa história é que todos os executivos da Odebrecht foram liberados, enquanto os contribuintes brasileiros ficaram privados dos bilhões desviados", concluiu. (...). (Aqui).
(A entrevista pode ser vista no Boa Noite 247, no corpo da matéria acima; é sugerida a opção Youtube).
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Tão logo estabelecida a parcialidade de Sérgio Moro, o ministro Edson Fachin 'decretou' que a Lava Jato era incompetente e o caso foi encerrado no âmbito da Primeira Turma do Supremo. Com isso, os podres do TRF-4 e do STJ não puderam vir à tona. Mas as pessoas que acompanharam atentamente a Lava Jato sabem que os tais podres existiram. Ou seja, o ministro Fachin deu uma baita ajuda ao TRF-4 e STJ, poupando-os dos constrangimentos a que estariam sujeitos, caso os esqueletos viessem a ser expostos. Ficou tudo por isso mesmo - do que se aproveitaram os detratores de Lula ("Ah, como o Moro é suspeito, se as decisões dele foram confirmadas por instâncias superiores?!"). À época este escriba cantou a bola, razão por que essa
sandice - que se perpetuou - não surpreende.
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