"Em 24 de junho, o twitter oficial do senador José Serra (PSDB-SP) postou uma mensagem preocupante: o senador estava internado com covid, mesmo tendo sido vacinado duas vezes. O mais preocupante da mensagem, contudo, não era o estado de saúde física de José Serra, mas o que a nota revela da saúde mental coletiva. Sem noção de ironia, o tweet explica que o ex-ministro da Saúde ficará internado porque isso “garante também a segurança” de pessoas “ainda não vacinadas.” É isso mesmo, senhores: o virtuoso José Serra, que se contaminou com a covid depois de duas doses da CoronaVac, aceitou ser internado para proteger os não-vacinados que carecem do mesmo privilégio de contrair covid só depois da imunização.
A apresentadora Ana Maria Braga também pegou covid depois de duas doses da vacina, e viveu para contar. Reminiscente dos melhores momentos da ex-presidente Dilma Rousseff, Ana Maria explicou que ela é “a prova de que a vacina não impede que a pessoa pegue covid mesmo vacinado“, mas é também a prova “de que é importantíssimo a gente se vacinar, né? Qual é o grande objetivo, né?, da vacina, né?”...
Né....
Ana Maria é da época em que o grande objetivo de vacinas era imunizar, mas isso é passado. Também é coisa do passado a imunidade natural, ainda que ela seja comprovadamente mais robusta do que a imunidade (não) adquirida com as vacinas da covid. Mas como qualquer ferramenta orgânica e não-patenteável, a imunidade natural está gradualmente deixando de ser vista como ciência para se transformar em superstição. Por outro lado, tanto faz que a vacina da covid não imunize –ninguém se importa. Basta continuar usando o verbo “imunizar” que, se ele não mudar a realidade, uma hora a realidade o muda. E aliás já mudou, como mostrei no artigo da semana passada, onde conceitos antigos foram editados para se ajustar a uma nova realidade científico-comercial. Esse é mais um dos milagres do capitalismo de resultados: se o resultado não for o que você esperava, dobre a meta (ao meio).
Né....
Ana Maria é da época em que o grande objetivo de vacinas era imunizar, mas isso é passado. Também é coisa do passado a imunidade natural, ainda que ela seja comprovadamente mais robusta do que a imunidade (não) adquirida com as vacinas da covid. Mas como qualquer ferramenta orgânica e não-patenteável, a imunidade natural está gradualmente deixando de ser vista como ciência para se transformar em superstição. Por outro lado, tanto faz que a vacina da covid não imunize –ninguém se importa. Basta continuar usando o verbo “imunizar” que, se ele não mudar a realidade, uma hora a realidade o muda. E aliás já mudou, como mostrei no artigo da semana passada, onde conceitos antigos foram editados para se ajustar a uma nova realidade científico-comercial. Esse é mais um dos milagres do capitalismo de resultados: se o resultado não for o que você esperava, dobre a meta (ao meio).
Para entender a nova ciência, eu recorro a um diálogo entre 2 insetos portugueses: uma mosca cheia de paciência e uma formiga “negacionista” que insiste em saber a diferença entre riscos para vacinados e não-vacinados:
“Ax pssoax nao-vacinadax que tenham contactado com alguém supoxtamente infectado devem entrar em isolamentu.”
“E ax vacinadax?”
“Tambain.”
“Ax pssoax não-vacinadax devem evitar espaçux fechadux.”
“E as vacinadax?”
“Tambain.”...
A essa altura a negaciomiga já quase desistiu de entender a diferença, mas a mosca insiste na explicação:
“É que ax pssoax não-vacinadax correm muitox rixcux.”
“E as vacinadax?”
“Tambain.”.
Pessoas inteligentes já notaram que a covid é a doença de Schrödinger, uma espécie de roqueiro que ninguém sabia que estava vivo até ele morrer. Na hipótese científica de Erwin Schrödinger, um gato existe ou não dependendo do observador. No caso da covid, contudo, a existência da doença é confirmada pela comprovação financeira do seu tratamento, e isso depende do que é feito depois dela. A covid é validada postumamente através da vacina, ou de quanto dinheiro foi necessário para combatê-la. A coisa funciona mais ou menos assim: se você tomou qualquer remédio barato e sem patente e sobreviveu à covid, a doença é uma gripezinha, e você teria sobrevivido a ela tomando água, aspirina ou café. Nada do que você fez ou deixou de fazer teve qualquer influência no seu prognóstico, porque a covid tem taxa de letalidade muito baixa. Porém, a coisa muda se você pegou a covid depois de tomar o imunizante que não lhe imunizou. Nesse caso, algo fascinante acontece a prioposteriori (uma palavra que precisei inventar para essa situação inusitada): a vacina dá um nó no espaço-tempo e, ainda que cê morra logo após a injeção, ela lhe teria salvado se não tivesse deixado de salvar quando o salvou de algo muito pior.
Na fabricação da unanimidade em torno da vacina, dinheiro é fundamental porque ele compra tudo, até a lógica. Com dinheiro suficiente, preceitos básicos da razão podem ser corrompidos até que guerra vire paz, liberdade vire escravidão e ignorância vire força. É assim que vacina ruim e ineficaz se torna obrigatória –não apesar de ela ser ruim e ineficaz, mas exatamente porque ela é ruim e ineficaz. O lucro da Pfizer não diminuiu, mas aumentou quando ficou comprovado que sua vacina não oferece a imunidade que prometia. Outras coisas também melhoraram para a empresa, como as vendas do seu anticoagulante Eliquis –que por acaso ajuda a combater um dos efeitos adversos mais comuns da injeção da covid, a trombose. Outro remédio da Pfizer que promete maiores lucros é o que combate sangramento uterino –mais um efeito adverso das vacinas da covid.
Uma das possíveis sequelas da vacina da covid é a paralisia de Bell. O ministro australiano Victor Dominello sentiu isso na própria pele. Tudo começou quando ele foi injetado com a AstraZeneca –um gesto que o ministro fez sob o olhar atento das câmeras, seus seguidores no Instagram servindo como observadores de Schrödinger que materializam o poder da vacina ao testemunhá-lo. Praticamente nenhum culto sobrevive sem essa cumplicidade, e a religião da vacina não seria diferente. De fato, alguns de seus fiéis são tão fanáticos que mesmo quando perdem parentes eles agradecem à vacina, desculpando a a sua falha e pedindo perdão por questionar seus desígnios. Dias depois do ritual no Instagram, contudo, o ministro apareceu em uma coletiva com um dos olhos piscando incessantemente e parte do rosto adormecida. “Cerca de 48 horas atrás eu senti uma dor no crânio atrás da orelha direita“, contou o ministro. “Nesta manhã, eu acordei com sensação de agulhas no lado direito da minha língua. Mas eu não notei que meu olho estava caído. Eu só levei a sério nesta tarde, quando várias pessoas me enviaram imagens da minha coletiva de imprensa pedindo que eu procurasse ajuda médica urgente.”
Enquanto o mundo analisa a eficácia da vacina, e quando ainda estamos admitidamente bem longe de conhecer seus efeitos de longo prazo, o ex-presidente Lula foi no Twitter dizer que a vacina-que-não-imuniza deveria ser obrigatória. “Eu já tomei duas doses, se falarem de 3ª tomo de novo. Eu acredito tanto na ciência que se precisar tomo vacina até na testa“. Quando Lula diz acreditar na ciência, ele quer dizer que acredita na televisão. Mas quando ele confunde as metáforas, o ex-presidente é bem mais revelador. O ditado “De graça, até injeção na testa” trata de pessoa que é tão avarenta que aceitaria ser machucada contanto que ela não precise pagar por isso. A frase do Lula dá sinais de que ele entendeu que a vacina não imuniza. O problema maior é a 2ª parte dessa conclusão: como outras pessoas cuja testa não tem muito a proteger, Lula também parece achar que a injeção é de graça."
(De Paula Schmitt, artigo intitulado "A Vacina e a Injeção na Testa", publicado no site Poder 360 - Aqui.
Este Blog esperava que ao falar sobre vacina e vacinação a articulista dedicasse alguma atenção para a CPI da Pandemia, que a cada dia deixa mais escancarados os vacilos e até indícios de crimes por ação ou omissão perpetrados por autoridades e instâncias governamentais. Este Blog aguarda a manifestação da douta Paula).
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